Que espécie é esta: paulónia?

O leitor João Nunes fotografou estas plantas em Talavera de la Reina, Espanha, a 5 de Junho, e quis saber a que espécie pertence. Carine Azevedo responde.

“Encontrei uma espécie de plantas que não consigo identificar e gostaria que me ajudassem”, escreveu o leitor à Wilder.

Tratar-se-á da espécie paulónia (Paulownia tomentosa).

Espécie identificada e texto por:  Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

Com a distância a que a fotografia foi tirada é impossível identificar com certeza absoluta quais as plantas presentes nos alinhamentos. 

No entanto, tendo em conta a região espanhola em causa, a forma de condução das árvores – nomeadamente o fuste direito e limpo numa grande extensão – e a análise, ainda que pouco pormenorizada, de algumas características das plantas – folhas largas e caule esbranquiçado – poderá tratar-se de uma plantação de  paulónia (Paulownia tomentosa).

Esta espécie é também vulgarmente conhecida como kiri-japonês, árvore-da-imperatriz, árvore-da-princesa ou imperatriz-real. 

Da família Paulowniaceae, a paulónia é uma espécie arborea de rápido crescimento, com um grande potencial para cultivo. Pode em 5 anos atingir a mesma altura e diâmetro que o pinheiro em 15 anos. 

Esta espécie tem sido amplamente cultivada em diversos países europeus, incluindo Portugal, sendo apelidada por muitos de “árvore do futuro”, pois além do rápido crescimento é uma excelente opção para produção de madeira de qualidade.

É uma espécie de folha caduca e de copa larga. As folhas são grandes, verde-escuras, ovais e em forma de coração. As flores surgem dispostas em  inflorescências, são tubulares, de coloração violeta e aromáticas.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.