Que espécie é esta: percevejo-das-malvas

A leitora Ana Paula Tavares fotografou estes insectos no Sobral da Abelheira, Mafra, a 21 de Junho e quis saber qual a espécie a que pertencem. Rui Félix responde.

 Tratam-se da espécie percevejo-das-malvas (Oxycarenus lavaterae).

Espécie identificada e texto por: Rui Félix, Rede de Estações da BiodiversidadeTagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.

Os percevejos das fotos, adultos e ninfas, são denominados percevejo-das-malvas, Oxycarenus lavaterae.

Pertencem à família Oxycarenidae e podem ser observados sobre plantas da família Malvaceae, nomeadamente sobre Lavatera cretica, uma planta silvestre com ampla distribuição no território.

Os percevejos desta família dependem da planta hospedeira para o seu ciclo de vida, logo, participam do consumo da mesma ao mesmo tempo de todos os outros insetos que também dela dependem diretamente, sobretudo, mas não só, na fase de floração.

Estas plantas silvestres evoluíram ao lado de toda uma fauna de invertebrados que dela se alimentam e que dela dependem, ou seja, que participam e dependem desse processo. Sendo plantas silvestres, sem interesse económico (presumo), estes percevejos não podem ser considerados verdadeiramente prejudiciais, se pensarmos apenas nestes percevejos como fração única no papel da decomposição da planta.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.