Que espécie é esta: pseudo-escorpião

A leitora Melanie Pinto encontrou este animal na Suíça este mês de Janeiro e pediu ajuda na identificação. Pedro Sousa responde.

“Vivo na Suíça e acabei de encontrar um animal, cuja fotografia anexo, que não consegui identificar. Como nunca vi tal espécie, tenho receio que seja perigoso/venenoso…”, escreveu a leitora à Wilder.

Trata-se de um pseudo-escorpião.

Espécie identificada e texto por: Pedro Sousa, investigador do CIBIO-InBIO (Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos).

O pseudo-escorpião pertence a umas das várias ordens de aracnídeos que existem em Portugal.

Estes animais podem ser facilmente identificados pois parecem-se com escorpiões em miniatura, mas não têm cauda com um aguilhão para injectar veneno.

Os pseudo-escorpiões possuem veneno, pelo menos parte das espécies. No entanto, pelo seu tamanho – e todos são bastante pequenos -, e pela forma como o veneno é inoculado, nunca li nada sobre serem perigosos ou venenosos para humanos. Ao contrário de escorpiões e aranhas, que têm mecanismos fortes para inocular veneno, nos pseudo-escorpiões o veneno é inoculado na ponta das pinças, que têm pequenos dentículos associados também para segurar as presas.

Interessantemente, os pseudoescorpiões também possuem seda, mas usam-na sobretudo para criar abrigos onde se protegem, e não para os ajudar na caça de presas.

Uma das características que mais me surpreendeu nos pseudoescorpiões, quando primeiro aprendi sobre ela, é que eles praticam foresia. Ou seja, apanham boleia em animais maiores, como moscas, para se deslocarem de um local para outro. Há mais animais que também praticam ativamente esta prática!

Foto: Sarefo/WikiCommons

aqui informação em espanhol, escrita pelo especialista ibérico na ordem, caso tenha interesse em saber mais.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.