Que espécie é esta: serrátula-dos-tintureiros

A leitora Cristina Barros pediu ajuda na identificação desta planta que fotografou na Marinha Grande a 18 de Setembro. Carine Azevedo responde.

“Podem ajudar a identificar esta flor que fotografei em Setembro na Marinha Grande? Obrigada desde já”, escreveu a leitora à Wilder.

 

Trata-se da serrátula-dos-tintureiros (Serratula tinctoria subsp. seoanei).

Espécie identificada e texto por:  Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

Trata-se de uma espécie da família Asteraceae, também conhecida como Compositae ou compostas. Esta é uma das maiores famílias botânicas, com mais de 1.670 géneros aceites. 

É uma planta perene, rizomatosa, cujos caules podem crescer entre 20 a 40 cm de altura. 

A floração ocorre habitualmente no verão, entre os meses de julho e setembro. As flores agrupam-se em inflorescências do tipo capítulo e possuem corola de cor púrpura ou violeta. As inflorescências surgem solitárias ou agrupadas.

A serrátula-dos-tintureiros (Serratula tinctoria subsp. seoanei) é uma subespécie nativa da Península Ibérica e do sudoeste de França. 

Em Portugal encontra-se sobretudo na orla e clareira de bosques caducifólios, em urzais e tojais húmidos, turfeiras e cervunais, preferencialmente em solos ácidos, profundos e húmidos das regiões do norte e centro. Mais comummente no Minho, Douro Litoral e Beira Litoral, no entanto existem registos de presença casual mais a sul.

É inexistente nos arquipélagos da Madeira e dos Açores.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.