Que espécie é esta: tremoço-bravo

O leitor Pedrosa Sinistro fotografou esta planta na zona de Sintra, a 18 de Abril e quis saber a que espécie pertencem. Carine Azevedo responde.

Trata-se do tremoço-bravo ou tremoceiro-azul (Lupinus angustifolius).

Espécie identificada e texto por:  Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

A planta da fotografia é conhecida como tremoço-bravo ou tremoceiro-azul (Lupinus angustifolius).

Pertence à família Fabaceae e a sua área de distribuição nativa é essencialmente mediterrânica.

Em Portugal aparece de forma espontânea um pouco por todo o continente e foi introduzida no arquipélago da Madeira. Pode ser vista em campos agrícolas incultos, pousios, baldios e bermas de caminhos, por vezes nas dunas e em zonas de matos degradados.

O tremoço-bravo é uma planta herbácea anual que pode crescer até 60 cm de altura. As folhas são compostas, com folíolos lineares, ligeiramente felpudos e de ápice arredondado.

As elegantes inflorescências desta planta são das primeiras a aparecer no final do inverno, mantendo-se em floração ao longo de toda a primavera.  As flores são geralmente azuis, podendo no entanto aparecer algumas com corola branca ou rosada, reunidas em racimos terminais. O fruto é uma vagem estreita e comprida.

Desta planta apenas as sementes são comestíveis.

É uma planta que contribui para restaurar a fertilidade dos solos dada a sua capacidade fixadora de azoto.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.