Que espécie é esta: vespa Sclerodermus domesticus?

A leitora Diana Oliveira fotografou este insecto a 24 de Maio em Lisboa e pediu ajuda na identificação. Rui Andrade responde.

“Este inseto aparece em minha casa todos os anos quando começa a ficar mais quente. Em anos passados mordeu-me/picou-me e provoca uma reação bastante grande e dolorosa. Já pesquisei para saber do que se trata e para perceber se viverão dentro de casa ou lá fora, mas sem sucesso. É mesmo pequenino, espero que a foto seja suficiente para que me possam ajudar a conhecer melhor este bicharoco”, escreveu a leitora à Wilder.

Tratar-se-á de uma vespa Sclerodermus domesticus.

Espécie identificada e texto por: Rui Andrade, dinamizador do grupo Diptera em Portugal no Facebook.

Parece uma vespa da família Bethylidae e é provável que pertença à espécie Sclerodermus domesticus.

As fêmeas desta espécie são ápteras, ou seja, não possuem asas, enquanto que os machos são alados.

S. domesticus é parasitóide de insectos que se alimentam de madeira (xilófagos), atacando frequentemente escaravelhos da família Anobiidae (também conhecidos como caruncho), que podem ser comuns no interior das habitações, onde se alimentam da madeira de cadeiras, armários, portas, etc. É por esta razão que estas vespas são vistas geralmente dentro das habitações.

As fêmeas de S. domesticus possuem ferrão, usado para injectar veneno paralisante nas larvas dos insectos hospedeiros, e ocasionalmente podem picar pessoas, provocando dermatites.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.