Que espécie é esta: violeta-dos-campos?

O leitor António Mendes fotografou estas flores em Marco de Canaveses a 28 de Fevereiro e quis saber qual a espécie. Carine Azevedo responde.

Tratar-se-ão de violetas-dos-campos (Viola kitaibeliana subsp. machadiana).

Espécie identificada e texto por:  Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

As fotografias são de uma espécie do género Viola, da família Violaceae.

A qualidade das imagens dificulta a identificação mas será possivelmente a conhecida violeta-dos-campos, também conhecida como erva-da-trindade e amor-perfeito (Viola kitaibeliana subsp. machadiana). É uma subespécie nativa de Portugal continental.

Esta planta anual possui caule ereto que pode crescer até cerca de 15 a 20 cm de altura. As folhas são verdes, lanceoladas e as margens ligeiramente dentadas.

A floração desta espécie inicia-se no final do inverno, podendo prolongar-se até ao final da primavera. As flores possuem pétalas geralmente esbranquiçadas, muitas vezes tingidas de azul ou violetas e às vezes amareladas.

Esta planta surge geralmente na forma de erva rasa, em pequenos tufos em zonas de prados, terrenos incultos, e em clareiras de matos. Também pode aparecer em pinhais e em areias do litoral.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.