flores amarelas num fundo preto

Autoridades libertam 31 aves e detêm dois homens por captura e venda ilegal

Dom-fafes, pintassilgos e trigueirões, entre outras espécies, foram apreendidos e devolvidos à natureza como resultado de duas buscas domiciliárias, que levaram também à detenção de dois homens, no concelho de Penafiel.

 

“Na sequência das buscas, foi detectada uma estação de captura de aves” que funcionava “com elevado grau de eficiência”, relatou o Instituto Nacional da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

Nessa estação encontravam-se aparelhos electrónicos de chamariz, aves vivas em gaiolas “alçapão” e ainda redes de captura permanentes em diferentes quadrantes de entrada de voo, “para captura do maior número de aves.”

 

vigilantes da natureza durante a acção
Foto: ICNF

 

As buscas domiciliárias, ordenadas pelo tribunal, foram realizadas por uma equipa de agentes do SEPNA-Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (GNR). As acções foram acompanhadas por guardas do Corpo Nacional de Vigilantes da Natureza, ligado ao ICNF.

Os agentes apreenderam os materiais usados para a captura, incluindo cerca de 60 gaiolas, e desactivaram também quatro viveiros, onde estavam dezenas de aves em cativeiro.

 

gaiolas
Foto: GNR

 

De acordo com informações divulgadas pela GNR, entre as 31 aves que foram apreendidas, de várias espécies, estavam 13 dom-fafes, sete pintassilgos, quatro trigueirões, três travessos, dois lugres e uma canária. “A canária e os três travessos foram entregues no Parque Biológico de Gaia – Avintes, e todas as restantes aves foram devolvidas ao seu habitat natural.”

As equipas encontraram também diversas aves já mortas.

De acordo com a GNR, estas buscas realizaram-se no dia 8 de Dezembro, sábado. Foram detidos dois homens “por captura e venda ilegal de espécies protegidas”, que ficaram a aguardar por julgamento.

Em causa estão crimes de danos contra a natureza, indica por seu turno o ICNF, uma vez que “todas as aves que ocorrem naturalmente no território português estão protegidas”. “Esta prática criminosa é especialmente lesiva para a conservação das espécies e contribui para o declínio das populações de aves no nosso país.”

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.