Fotografia: Joana Bourgard

Câmara de Loulé condena abate de árvores em terreno na Praia do Ancão

A Câmara de Loulé considerou “crime ambiental” a limpeza de um terreno junto à praia do Ancão, na Quinta do Lago, com a destruição de habitats e abate de árvores de grande porte.

 

“A intervenção levada a cabo de corte massivo e indiscriminado de inúmeros pinheiros e outras árvores saudáveis de grande porte, a coberto de “trabalhos de limpeza”, configura um verdadeiro atentado ambiental que não pode passar impune”, afirma a autarquia algarvia, numa nota divulgada no site.

 

Foto: DR

 

Em causa esteve também a destruição neste pinhal de vários habitats de espécies protegidas, como tomilho, tuberárias e narcisos, nesta zona que pertence ao Parque Natural da Ria Formosa (PNRF), noticiou o jornal Público. Um grupo de moradores denunciou o caso às autoridades, o que levou ao embargo dos trabalhos no terreno por decisão do PNRF, na última segunda-feira.

Muitos pinheiros mansos abatidos eram já árvores centenárias. De acordo com a Câmara Municipal de Loulé, este corte massivo de árvores não aconteceu “ao abrigo de qualquer operação urbanística, sujeita a controle prévio da Câmara Municipal de Loulé”, e sobre este terreno não há qualquer pedido de licenciamento para uma operação urbanística.

O caso já foi “devidamente sinalizado” junto do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, entidade que fiscaliza esta área, “para actuação em conformidade”.

Qualquer que seja a decisão do ICNF, acrescentou a autarquia, o proprietário do terreno vai ser contactado com a exigência, “como medida mitigadora, a imediata replantação de espécimes de porte idêntico, em todas as áreas afetadas pela intervenção”.

 

 

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.