O investigador Filipe Ribeiro, um dos coordenadores do projecto, segurando num siluro. Foto: EFE/J.J. Guillen

Com este novo livro, saiba tudo sobre 25 espécies aquáticas que estão a invadir Portugal

Produzido em parceria entre o projecto LIFE Invasaqua e a Wilder, está a partir de agora acessível de forma gratuita uma nova obra escrita por cientistas de diferentes universidades portuguesas, em formato digital.

Como vieram parar estas 25 espécies aquáticas invasoras a Portugal? Onde estão presentes e porque é que são preocupantes para a biodiversidade, a economia e a saúde humana? E que medidas podemos tomar, se depararmos com estes animais e plantas? Estas e outras questões são respondidas ao pormenor, numa linguagem acessível a todos os leitores, ao longo das mais de 250 páginas do novo livro “25 Espécies Aquáticas que Estão a Invadir Portugal”.

Visão-americano. Foto: Ryzhkov Sergey/Wiki Commons

Esta nova obra foi produzida com base nos artigos da série “Espécies Aquáticas Invasoras”, escritos por diferentes cientistas e peritos ligados ao projecto LIFE Invasaqua e publicados na Wilder ao longo de dois anos, entre Outubro de 2020 e Novembro de 2022.

Ganso-do-egipto. Foto: Andreas Trepte/Wiki Commons

“As espécies exóticas invasoras são a segunda causa de perda de biodiversidade e esse impacto negativo é reconhecido pela maior parte da nossa população”, notam dois investigadores ligados à coordenação do projecto LIFE Invasaqua, Pedro Anastácio e Filipe Ribeiro, nas primeiras páginas deste livro. “No entanto, há em Portugal uma perceção muito baixa dos impactes das espécies invasoras sobre a saúde humana ou sobre a economia, apesar de estes impactes serem também muito significativos”, sublinham.

Tartaruga-da-Flórida, subespécie elegans. Foto: Bruno Herlander Martins

É esse conhecimento que esta nova obra desvenda em relação a 25 espécies, tal como revela as pistas que nos ajudam a identificá-las e a lidar com as mesmas, com a ajuda dos investigadores portugueses que as estudam. Entre os peixes invasores que podemos ficar agora a conhecer melhor figuram o siluro, o alburno, a gambúsia, a lucioperca, o chanchito e o peixe-gato-americano.

Siluro. Foto: LIFE Invasaqua

Já os bivalves que são apresentados neste livro incluem a amêijoa-asiática, a amêijoa-japonesa e o mexilhão-zebra, enquanto que o lagostim-sinal e o lagostim-vermelho-da-luisiana, o caranguejo-azul e o caranguejo-peludo-chinês representam os crustáceos.

Amêijoa-japonesa. Foto: Paula Chainho

Aves (ganso-do-egipto e íbis-sagrada), répteis (tartaruga-da-flórida), anfíbios (rã-de-unhas-africana), mamíferos (visão-americano), cnidários (Blackfordia virginica), ascídeas (Styela plicata) e insectos (mosquito-tigre-africano) são outros grupos aqui presentes, tal como várias espécies de plantas que prejudicam a biodiversidade e a economia em rios e lagos portugueses – desde as elódeas ao jacinto-aquático, à ludevígia-rastejante e à pinheirinha-de-água.

Detecção e mapeamento da ludevígia-rastejante em Idanha a Nova, com a ajuda de drones. Fotos: Pedro Couto e Jael Palhas

O projecto LIFE Invasaqua (2018-2023), financiado pelo programa LIFE da União Europeia, tem como objectivo lutar contra as espécies de água doce e sistemas estuarinos de Portugal e Espanha, aumentando a sensibilidade do público em geral e de grupos directamente interessados, como os pescadores, para com este problema. Coordenado pela Universidade de Murcia, teve como parceiros beneficiários, do lado português, a Universidade de Évora, o MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente e a ASPEA.

Pode descarregar o novo livro aqui, de forma gratuita.

Livro: “25 Espécies Aquáticas que Estão a Invadir Portugal”

Edição: Rewilders Lda

Edição, coordenação e revisão: Filipe Ribeiro (MARE – ULisboa & ARNET), Inês Sequeira (Wilder), Helena Geraldes (Wilder), Pedro Anastácio (Universidade de Évora / MARE & ARNET)

1ª Edição: Outubro de 2023

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.