Guterres apela a todos para que “protejam a natureza que nos sustenta”

Na sua mensagem para marcar o Dia Internacional da Diversidade Biológica, que se celebra hoje, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou a um esforço mundial de protecção da natureza.

 

A conservação da flora e da fauna do planeta é “crucial para atingirmos os nossos objectivos e chegarmos a um desenvolvimento sustentável”, disse António Guterres. Em Dezembro de 1993, dezenas de países comprometeram-se a fazê-lo, no âmbito da Convenção das Nações Unidas para a Diversidade Biológica. Hoje este documento está assinado por 168 países, incluindo Portugal.

Na sua opinião, é vital proteger, restaurar e garantir o acesso aos ecossistemas para conseguirmos erradicar a pobreza e a fome.

António Guterres defendeu também a redução da desflorestação e da degradação dos solos para mitigar as alterações climáticas, além de reforçar a capacidade de absorção de carbono pelas florestas e zonas de cultivo.

A qualidade e quantidade de água potável de que a Humanidade precisa depende da protecção da biodiversidade das florestas e das bacias hidrográficas, lembrou ainda.

Mas, apesar destes e de outros benefícios do mundo natural, a biodiversidade continua em declínio a nível mundial.

“A resposta é intensificar os esforços e trabalhar para aumentar os sucessos”, disse Guterres. O secretário geral das Nações Unidas explicou que este ano as Partes da Convenção vão começar a trabalhar num novo plano de acção para garantir que, até 2050, a biodiversidade seja preservada da melhor maneira que nos for possível.

“O mundo inteiro precisa de se juntar a este esforço”, salientou. “Apelo aos Governos, empresas e cidadãos de todo o mundo para agirem e protegerem a natureza que nos sustenta. O nosso futuro colectivo depende disso.”

Este também foi o sentido da mensagem de Cristiana Paşca Palmer, secretária-executiva da Convenção para a Diversidade Biológica. “É imperativo que façamos tudo ao nosso alcance para travar a destruição da natureza”, enfatizou, em comunicado.

Segundo Palmer, “em 2020, no final da actual Década da ONU para a Biodiversidade, a biodiversidade do mundo terá registado um declínio até dois terços”. Por isso, acrescentou, “precisamos de uma alteração de paradigma na forma como os humanos interagem com a natureza”.

“Já não temos muito tempo. Mas temos um grande poder se trabalharmos juntos para alterar a maneira como usamos a natureza e a biodiversidade.”

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.