Jacinto-de-água. Foto: Michael Gaylard/Wiki Commons

Novo guia ajuda-nos a identificar 100 espécies aquáticas invasoras

Publicação relativa à Península Ibérica envolveu 42 cientistas portugueses e espanhóis e está disponível de forma gratuita na Internet.

Desde os peixes às plantas aquáticas, algas e fungos, passando pelos mamíferos, aves, invertebrados, anfíbios, répteis e outras espécies, o novo “Guia Ibérico sobre Espécies Exóticas Invasoras Aquáticas” tem informação sobre 100 espécies de diferentes grupos taxonómicos, informa um comunicado do projecto LIFE Invasaqua, no âmbito do qual foi publicada esta obra.

O livro lançado online esta quarta-feira aborda espécies presentes na Península Ibérica como por exemplo o jacinto de água, o siluro, mexilhão-zebra, guaxinim e tartaruga-pintada, cada uma com uma ficha que contém fotos, mapa de distribuição na Península Ibérica e a descrição das suas características.

Guaxinim. Foto: U.S. Fish and Wildlife Service

“De forma simples e didática, define-se o conceito de espécie exótica invasora (EEI) e explica-se como estas se dispersam, quais os seus impactos e o que podemos fazer para evitar ou minimizar o problema”, descreve a equipa do LIFE Invasaqua. Este projecto luso-espanhol tem como principal objectivo “a sensibilização da sociedade e dos decisores políticos para a prevenção e o alerta precoce” do aparecimento destas espécies.

“A introdução de EEIs é a principal causa de extinção de espécies nativas, provocando danos económicos que excedem os 12 mil milhões de euros por ano no contexto da União Europeia”, salientam, lembrando que “algumas destas espécies são também responsáveis por problemas de saúde pública”.

O novo guia contou com a participação do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente na Universidade de Évora, da ASPEA – Associação Portuguesa de Educação Ambiental, e ainda da SIBIC – Sociedade Ibérica de Ictiologia. A versão actual é gratuita para download em português, tal como em espanhol e inglês. Para mais tarde, está previsto o lançamento da versão impressa, “após a normalização da situação de pandemia”.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.