Perceves. Foto: Gauthier Catteau

Operação apreende quase 50 quilos de perceves e ouriços do mar em área protegida

Cerca de 50 vigilantes e militares apreenderam a 8 e 9 de Abril 49,7 quilos de perceves e de ouriços-do-mar numa operação de fiscalização da pesca lúdica e profissional no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, revelou hoje o Instituto para a Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

A ação contou com 23 vigilantes da natureza e 25 militares, apoiados por 23 viaturas e um drone. Foi coberta toda a área do Parque Natural – concelhos de Sines, Odemira, Aljezur e Vila do Bispo – para fiscalizar e sensibilizar todos os mariscadores que nesses dias se deslocaram ao mar.

Ao todo foram fiscalizados 28 mariscadores profissionais e pescadores lúdicos e levantados sete autos de notícia de contraordenação por excesso de captura.

Foram apreendidos 49,7 quilos (kg) de crustáceos, dos quais 28,7 kg de perceves (Pollicipes pollicipes) que foram entregues à IPSS local, e 21 kg ouriços do mar que foram devolvidos ao seu habitat por se encontrarem vivos.

As duas acções de fiscalização à pesca pretenderam “minimizar os problemas afetos à apanha de moluscos em toda a orla costeira do parque”, de forma a garantir “uma sustentabilidade dos recursos marinhos e a sua continuidade para as gerações vindouras”.

A operação foi realizada pela Divisão de Vigilância Preventiva e Fiscalização da Direção Regional da Conservação da Natureza e Florestas do Algarve, pela GNR-UCC Destacamento do Controlo Costeiro de Sines e pela Polícia Marítima do Porto de Sines.

A pesca e apanha de animais marinhos tem regras específicas. O ICNF lembra que a quantidade máxima de apanha perceves é de 2 kg por licença lúdica e de 15 kg para cada licença profissional. O perceve tem de ter um tamanho mínimo de apanha (20mm), o que exige que o pescador deixe os de menor dimensão no seu habitat, porque o perceve arrancado das rochas raramente sobrevive.

As licenças profissionais são limitadas, sendo emitidas apenas 80 licenças para toda a costa do Parque Natural. 

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.