Foto: Joana Bourgard

Polícia em Espanha investiga 71 pessoas por tráfico de madeiras protegidas

A Operação Quercus, que teve lugar no final de 2019, foi a primeira a combater entrada de madeiras de espécies de árvores protegidas em território espanhol.

 

Nesta operação de alta intensidade, de acordo com o gabinete do Ministério espanhol para a Transição Ecológica, esteve envolvido o Seprona – Serviço de Protecção da Natureza, ligado à Guarda Civil, com a colaboração das agências internacionais Europol e Interpol.

No âmbito desta iniciativa realizaram-se várias investigações por suspeita de tráfico de madeiras de espécies protegidas, falsificação de documentos e também contrabando, que levaram à detenção ou investigação de 71 pessoas, indica uma nota divulgada esta sexta-feira. No total, houve 608 actuações em comércios e instalações de importação e exportação de madeira, fabricação de móveis e outras unidades ligadas ao sector.

“Durante as inspecções realizadas em duas empresas do sector da madeira situadas no norte de Espanha, puderam localizar-se madeiras da espécie palo santo (Bursera graveolens) e do género Dalbergia, ilicitamente importadas com origem no Brasil e no continente africano, por não cumprirem as regras que regulam o seu comércio”, acrescenta o gabinete.

As espécies de árvores em causa estão protegidas ao abrigo da CITES – Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção, que regula o comércio internacional de espécies em risco.

“Pela sua situação geográfica, a Espanha é um ‘ponto quente’ no tráfego ilegal de madeiras tropicais.” A operação Quercus contou com a colaboração de outros países europeus, incluindo Portugal, Itália e Roménia.

Os agentes do Seprona utilizaram também uma nova ferramenta de identificação de madeiras exóticas, desenvolvida em Espanha, que facilita a análise destes produtos por agentes não especializados, durante as operações no terreno.

 

 

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.