Chimpanzés, peneireiros, elefantes e veados de imitação

O jornal Guardian noticia que a população de elefantes da Tanzânia registou um declínio de 60% em apenas cinco anos. Um censo divulgado pelo Governo daquele país concluiu que entre 2009 e 2014, o número de elefantes passou de cerca de 109 mil para pouco mais de 43 mil. O tráfico de marfim será uma das principais causas por detrás desta situação.

Outra notícia de perda chega do Uruguai, onde começou ontem a reunião da Convenção Ramsar. Segundo o jornal La Vanguardia, nos últimos 100 anos, o planeta perdeu 64% das suas zonas húmidas, citando o secretário-geral da XII Reunião da COP12 (Convenção das Partes) da Convenção, Christopher Briggs. Um dos pontos centrais da reunião, onde participam 168 países até dia 9 de Junho, é a elaboração de um plano estratégico para 2016-2021 para travar a destruição das zonas húmidas.

Quanto à Ciência, os jornais dão conta de algumas descobertas. O jornal PÚBLICO avança a descoberta no Brasil de um fóssil de uma ave extinta, que data do Cretácico Inferior, com longas penas coloridas. Este é o resultado do trabalho de investigadores brasileiros e argentinos, publicado na revista Nature Communications.

O jornal New York Times revela que um estudo publicado na revista Proceedings of the Royal Society B chegou à conclusão que, se lhes dessem um forno, os chimpanzés conseguiriam cozinhar. Felix Warneken, de Harvard, e Alexandra G. Rosati, de Yale, descobriram que estes primatas têm a capacidade cognitiva para preparar os seus alimentos.

Em Espanha, está a ser lançada a campanha anual de reintrodução de peneireiro-das-torres (Falco naumanni) em várias cidades espanholas, noticia o jornal El Mundo. O objectivo é recuperar as colónias desta espécie, em perigo de extinção em Espanha.

O jornal francês Le Monde publicou um vídeo onde conta uma história um pouco… estranha. Todos os anos em Junho na Bielorrússia, dezenas de caçadores reúnem-se num concurso de imitação das bramas dos veados, algo que só acontece, na natureza, entre Setembro e Outubro. Na edição de 2015 participaram 27 concorrentes vindos de nove países, incluindo a França.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.