Ajude esta equipa a salvar crias de animais selvagens

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De Abril a Agosto, o centro de recuperação de animais selvagens da Ria Formosa recebe, em média, mais de 300 crias. Mas a pandemia afectou o financiamento da equipa. Por isso, o RIAS lança uma campanha de crowdfunding para não deixar estes pequeninos sem resposta.

Os seis profissionais que fazem parte da equipa do RIAS – Recuperação e Investigação de Animais Selvagens estão na linha da frente da conservação da natureza. Mas, por causa da pandemia, os donativos normalmente obtidos pelo seu centro de receção de visitantes, em pleno Parque Natural da Ria Formosa, foram reduzidos drasticamente.

Segundo o RIAS, a situação compromete a sua capacidade de dar resposta ao trabalho exigido na época de crias.

Todos os anos, durante a Primavera e o Verão (Abril a Agosto), este centro recebe crias de passeriformes (como pardais), rapinas (como mochos) e cegonhas, mas também crias de mamíferos, como ouriços-cacheiros, ginetas e lontras, entre muitas outras espécies.

O RIAS já recebeu cerca de 3.200 crias provenientes de todo o Algarve e Baixo Alentejo. Isto corresponde a uma média anual de mais de 300 animais ingressados num intervalo de apenas cinco meses (Abril a Agosto). “Durante esse período é frequente termos mais de 50 crias aos nossos cuidados em simultâneo!”

Até hoje já recebeu crias de 85 espécies diferentes. Entre as espécies mais comuns estão o andorinhão-preto, pardal-comum, andorinha-dos-beirais, gaivota-de-patas-amarelas, peneireiro-vulgar, mocho-galego, cegonha-branca, melro-preto e ouriço-cacheiro.

“Chegam-nos porque caíram do ninho ou porque ficaram sem o suporte essencial que são os progenitores. O nosso trabalho passa por fazer o papel destes, para que possam mais tarde ser devolvidas à Natureza”, explica o RIAS.

A campanha de crowdfunding, a primeira desenvolvida pelo RIAS, está a decorrer de 5 de Abril a 7 de Maio e pretende angariar 3.200 euros para aumentar a equipa e conseguir dar os cuidados especiais que as crias exigem.

Durante este período “é necessário aumentar a equipa com duas pessoas experientes, exclusivamente para o tratamento destes animais. Este é um investimento extra, num orçamento já insuficiente”. Além disso é necessário fornecer o alimento adequado, suplementos alimentares e vitaminas, essenciais para um bom desenvolvimento.

“No caso de crias recém-nascidas, a atenção tem de ser constante, o que inclui cuidados redobrados tanto de dia como de noite.”

Em 2020, o RIAS, gerido pela associação ALDEIA desde Outubro de 2009, recebeu um total de 3.168 animais selvagens, desde flamingos e camaleões a águias e gaivotas. Desses, 2.317 chegaram vivos ao centro. Ao longo do ano passado, a equipa do RIAS conseguiu recuperar e devolver à natureza 1.382 animais.


Agora é a sua vez.

Saiba aqui como ajudar esta campanha.


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Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.