Formigas de asas: Como distinguir as rainhas dos machos?

Albano Soares, entomólogo do Tagis, responde à pergunta naturalista de um leitor da Wilder. Renato Magro Jacinto ficou curioso em saber como se distinguem as rainhas dos machos das formigas de asas.

 

“Está na altura das formigas com asas. Tenho uma dúvida. As que vemos por aí são na maioria machos, certo? Tenho  ideia de que as rainhas são em número muito reduzido. Além de serem maiores que os machos e de terem o abdómen dilatado, há mais alguma carecterística que as distinga?”

 

 

E Albano Soares, da Rede de Estações da Biodiversidade e do Tagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal, responde.

“Muitas espécies de formigas coordenam a sua atividade reprodutiva com as primeiras chuvas. Assim, as futuras rainhas terão mais hipóteses de sobrevivência e encontram um solo menos compacto.”

“Para grande parte das espécies de formigas, a atividade reprodutiva consiste em criar enxames de machos e fêmeas férteis.”

Nesta época do ano podemos ver formigas de asa, que são ou jovens rainhas ou machos. Tanto uns como outros têm um objectivo: dispersar-se e acasalar.

Há três características que podemos procurar para distinguir as rainhas dos machos:

  • os machos têm antenas mais compridas;
  • as rainhas são maiores;
  • as rainhas têm o abdómen mais dilatado.

E, “exteriormente, as diferenças ficam-se por aqui”.

Importa ainda saber que “as rainhas são em menor número que os machos (mas são também muitas) e são fertilizadas nesse voo nupcial”.

“As que têm mais sorte caem ao solo, perdem as asas e iniciam uma nova colónia. É um fenómeno recorrente, que sempre existiu, por isso não há motivo para alarmes.”

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.

Descubra aqui mais factos curiosos sobre as formigas-de-asas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.