Leitores: como se distingue um macho de uma fêmea de sardão?

Sardão (Timon lepidus), Porto/Arquivo. Foto: Júlio Reis/WikiCommons

A leitora Gisela Gonçalves encontrou um sardão (Timon lepidus) na sua quinta no Pinhal Novo, Palmela, e pergunta como se conseguem distinguir os machos das fêmeas. Guilherme Caeiro-Dias responde.

“Encontrámos hoje (4 de Junho) um sardão. Estava dentro de um túnel de borracha que temos para treinar os nossos cães. Estava assustado mas foi à sua vida feliz e contente. Não sei como se consegue distinguir se é macho ou fêmea. Mas era bem bonito e estava aparentemente em excelente estado de saúde”, contou a leitora à Wilder.

Segundo Guilherme Caeiro-Dias – primeiro autor do estudo que elevou ao estatuto de espécie a lagartixa-lusitânica (Podarcis lusitanicus), antigo aluno de doutoramento no CIBIO-InBIO, agora a trabalhar na Universidade do Novo México, nos Estados Unidos – “distinguir sardões machos de fêmeas só é possível a partir de um ou dois anos de idade”.

“Uma das características mais obvias para distinguir sexos são os poros femorais, mas implica manusear os animais. Os poros femorais são uma linha de poros na zona interna das coxas (patas posteriores) por onde estes animais excretam feromonas, sobretudo durante a época reprodutora. Os machos apresentam poros femorais mais largos.”

Além disso, acrescentou o investigador, “os sardões machos distinguem-se das fêmeas por serem mais robustos e terem a cabeça mais larga”.

“Estas características são tanto mais óbvias quanto mais velhos são os animais.” 

“Além disso alguns machos mais velhos (que apresentam um tamanho maior) tendem a ter uma coloração mais viva e em tons de verde-amarelo em vez de verde”. 

Segundo Guilherme Caeiro-Dias, no vídeo o animal é um macho adulto já com alguma idade.

  

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.