Que espécie é esta: cigarra Tibicina sp.

O leitor António Domingos observou este insecto a 9 de Junho em Caldas de Monchique, e pediu ajuda na identificação. O projecto Cigarras de Portugal responde.

Desta vez não há certeza na identificação, mas provavelmente será uma cigarra Tibicina sp.

Espécie identificada e texto por: projecto Cigarras de Portugal (criado por cientistas especialistas da Universidade de Lisboa para a divulgação das espécies de cigarras que ocorrem em Portugal)

A fotografia não tem escala e não é o melhor ângulo. Provavelmente será Tibicina sp., que mede cerca de 4 cm de comprimento.

A espécie mais comum em Portugal é a Tibicina garricola (não existe nome comum para esta espécie, mas podemos adoptar o nome aplicado em França onde a espécie também existe: “cigarra do garrigue”. Garrigue refere-se a uma zona com vegetação densa, constituída por arbustos, maquis e gramíneas tipicamente mediterrânea (comum na Serra da Arrábida, por exemplo).

Mas a área de Monchique está mal estudada para este género. Por isso, não podemos excluir que seja outra espécie, até porque elas se confundem facilmente.

Se o autor da foto souber o som que fazia pode ajudar a confirmar. O som está neste link, é contínuo e suave. A espécie prefere cantar em árvores altas.

No caso das cigarras, a gravação do som é a forma mais eficaz de identificar a espécie, mesmo que não seja possível fotografar o insecto.

Várias espécies dentro do mesmo género diferem no som mas são muito semelhantes em morfologia, de tal forma que não nos é possível distinguir por foto. Daí que a localização nos ajude a excluir algumas das hipóteses.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.