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Que espécie é esta: vespa porta-serra

O leitor Rafael Vieira fotografou estas lagartas a 1 de Junho num jardim particular em Águeda e quis saber qual a espécie a que pertence. Albano Soares dá-lhe a identificação.

 

“Investiguei por lagartas associadas ao carvalho – pareceu-me estar no trilho certo ao enveredar pelo género Archips, mas sem qualquer resultado. Faltam-me conhecimentos e bases de dados, que só um especialista poderá prover”, escreveu à Wilder.

“O pedido de identificação foi “motivado pela curiosidade, pelo interesse em identificar a espécie e, convenhamos, tentar perceber que efeito – se nefasto ou tolerável – a lagarta ou o insecto adulto provocam na árvore”.

 


A espécie que observou é vespa porta-serra (Macrophya montana).

Espécie identificada e texto por: Albano Soares, Rede de Estações da Biodiversidade, Tagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.

O Rafael encontrou as larvas desta espécie de vespa (subordem Symphyta, ordem Hymenoptera).

Contrariamente ao resto da ordem – abelhas, vespas e formigas que alimentam as larvas ou deixam aprovisionamento alimentar -, as vespas desta subordem colocam os ovos na planta alimentícia (ou perto) e as larvas alimenta-se autonomamente.

Os adultos, que se alimentam de pólen, são também reconhecidos por não apresentarem o característico estreitamento entre o tórax e o abdómen (a cintura de vespa).

O nome comum desta espécie faz referência ao ovipositor da fêmea, em forma de serra, que serve para cortar os tecidos das plantas onde deposita os ovos.

 

[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.