borboleta pousada num ramo
Foto: Joana Bougard/Wilder

Aplicação para identificar insectos em Portugal lançada a 2 de Junho

O grande objectivo desta aplicação móvel é ajudar a identificar formigas, abelhas, vespas, borboletas, libélulas, gafanhotos, cigarras, besouros, grilos e muitos outros insectos de Portugal. Há cerca de 30.000 espécies no nosso país. Um terço ainda está por descobrir.

 

A aplicação “Insectos em Ordem” vai ser lançada a 2 de Junho pela Plataforma de Ciência Aberta e pelo Instituto Politécnico de Beja, em Barca d’Alva.

Compatível com dispositivos com sistema operativo baseado em Android, esta aplicação “permitirá a classificação, até à Ordem, de um inseto observado”, segundo um comunicado enviado à Wilder.

Baseia-se na exposição com o mesmo nome, produzida pelo Tagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal, cE3c – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais e pelo Museu Nacional de História Natural e da Ciência. Em itinerância desde 2010, esta exposição “leva os visitantes a passarem pela experiência individual da identificação da ordem de um inseto”.

“A fauna de insectos é muito mal conhecida” em Portugal, contou anteriormente à Wilder Patrícia Garcia Pereira, investigadora da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e coordenadora da Rede de Estações da Biodiversidade, que ajuda a divulgar espécies locais de insectos e plantas junto do grande público.

Esta bióloga diz que há algumas excepções. Estas são “alguns grupos como borboletas, libélulas e algumas famílias de escaravelhos”, gafanhotos e grilos, onde “vamos no bom caminho”.

Segundo esta investigadora, “os insectos são aproximadamente 80% da diversidade de qualquer ecossistema terrestre” e são o grupo de animais responsável pela qualidade ambiental e funcionamento dos ecossistemas, pelo menos no meio terrestre.

Agora, esta nova aplicação móvel pode ajudar.

Para assinalar o lançamento da aplicação móvel, a Plataforma de Ciência Aberta preparou um conjunto de atividades ao ar livre, para identificação da biodiversidade de insetos em Barca d’Alva, gratuitas e abertas ao público em geral. O programa ocupará a tarde e noite do dia 2 de Junho, com uma saída de campo “Insetos em Ordem em Barca D’Alva”, pelas 18h00, e um jantar-picnic na Plataforma marcado para as 19h30.

O lançamento oficial da aplicação móvel acontecerá pelas 20h30, ao qual se seguirá uma observação de borboletas noturnas, a partir das 21h00.

Este programa surge inserido no evento “Expedições Tagis – Parque Natural do Douro Internacional” marcado para os dias 2 e 3 de Junho. Esta expedição pretende contribuir para a listagem de insetos da Reserva da Faia Brava, Área Protegida Privada gerida pela Associação Transumância e Natureza, promovendo dois dias de observação e inventário de insetos abertos ao público e acompanhados por especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.