Novo livro de Luísa Nunes mostra como é voltar à natureza, como um naturalista

Nos próximos dias chega às livrarias “Notas de Campo na Beira Baixa“, com textos e ilustrações da bióloga e ilustradora Luísa Ferreira Nunes. 

Durante vários meses, Luísa Ferreira Nunes – professora de Entomologia e Ecologia na Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco – fez várias expedições pela Beira Baixa, à procura de tesouros naturais que registou em texto, desenho, fotografia e vídeo.

O livro Notas de Campo na Beira Baixa reúne os desenhos e a escrita feita durante o seu trabalho de campo no Tejo Internacional, a pedido das câmaras municipais da região, explica a autora à Wilder.

São 170 páginas, com textos e imagens a aguarela, carvão e lápis de cor. Quem lê este livro, que demorou cerca de um ano a realizar, percorre “toda a Beira Baixa, fora de trilhos”.

Através da obra, Luísa Ferreira Nunes quer transmitir a importância de “voltar à natureza, como um naturalista”. Durante as suas expedições, a bióloga acampou e passou “muitos dias sozinha a observar e a registar espécies de flora, fauna e habitats”.

O que mais a fascina na natureza desta região é a forma como a “ausência de pessoas em certos locais trouxe mais fauna, mais biodiversidade”.

Este livro de grande formato, com uma linguagem que se pretende “simples, esclarecedora mas, sobretudo, contemplativa”, funciona também como um diário de campo. Um registo diferente das mais de 10 agendas de natureza que tem vindo a publicar ao longo dos anos, dedicadas a diversos temas, como os animais e plantas de Portugal, a floresta, o lince-ibérico ou os rios, riachos e charcos.

Notas de Campo na Beira Baixa é um livro para todos os públicos e é uma edição bilingue, em Português e Inglês.

Estará à venda a partir de 5 de Janeiro na FNAC e nos postos de turismo e centros culturais da Beira Baixa.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.