Que espécie é esta: borboleta quadripuntária

O leitor José Duarte Gonçalves encontrou esta borboleta em Rio de Moinhos a 26 de Julho de 2020 e pediu ajuda para saber a que espécie pertence. Hélder Cardoso responde.

“Fotografei esta borboleta no dia 26 de julho de 2020 em Rio de Moinhos, Sátão. Foi cerca das 13horas, embora pense que se trate de uma borboleta noturna, estava pousada bem à vista num portão de chapa”, contou o leitor à Wilder.

 Trata-se da borboleta quadripuntária (Euplagia quadripunctaria).

Espécie identificada por: Hélder Cardoso, naturalista e coordenador da Estação de Estudo de Borboletas Nocturnas do Planalto das Cesaredas.

Esta borboleta pertence ao grupo das borboletas nocturnas (heterocera) mas voa principalmente de dia. Tem uma envergadura de asa entre os 52 e os 65 milímetros.

As lagartas alimentam-se de urtigas e outras ervas. 

No Norte e Centro é relativamente comum, em galerias ripícolas, sempre perto de água e em locais húmidos e sombreados. 

É uma espécie protegida pela Directiva Habitats (anexo II) – por ser uma espécie de interesse e cuja conservação exige a designação de áreas especiais de conservação – e pela Convenção de Berna – que lista as espécies que precisam de medidas de conservação de habitats específicas. 

Em Portugal, esta borboleta está protegida em 12 sítios da Rede Natura 2000: Peneda-Gerês, Montesinho/Nogueira, Serra d’Arga, Serra do Gerês, Arrábida/Espichel, Serra da Estrela, Montemuro, São Mamede, Alvão/Marão, Serra da Lousã, Rio Paiva e Serras da Freita e Arada.


Agora é a sua vez

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.