Que espécie é esta: narciso-de-Inverno

A leitora Ana Lopes fotografou estas flores em Outeiro de Polima, São Domingos de Rana, a 16 de Janeiro e pediu ajuda na identificação. Carine Azevedo responde.

“Encontrei estas flores e gostava de saber o seu nome”, escreveu a leitora à Wilder.

Tratar-se-á de um narciso-de-inverno (Narcissus papyraceus).

Espécie identificada e texto por:  Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

A planta registada nesta fotografia é muito provavelmente um narciso-de-inverno (Narcissus papyraceus), também conhecido como mijaburro, devido ao perfume das suas flores. Também há quem a conheça como narciso-da-serra e narciso-do-barrocal. 

É uma espécie bolbosa da família Amaryllidaceae, nativa da região mediterrânica. Em Portugal ocorre naturalmente na região da Beira Litoral, Estremadura, Alto e Baixo Alentejo e Algarve. Ocorre também no arquipélago dos Açores, onde terá sido introduzida.

É uma das primeiras plantas a desabrochar no Inverno. A época de floração estende-se por toda a estação fria, daí o seu nome vulgar – narciso-de-inverno – e pode prolongar-se até ao início da primavera.

É uma planta com uma elevada plasticidade ecológica, podendo ocorrer em locais húmidos e em zonas secas e pedregosas. 

Possui uma haste floral robusta e comprida, folhas igualmente longas e flores brancas, geralmente agrupadas, em conjunto de 4 a 11, no máximo 20 flores, em inflorescências terminais, radiadas.

É uma espécie muito procurada pela beleza das suas flores, sendo cultivada como planta ornamental em muitas regiões de Portugal, bem como noutros países da Europa e até noutros continentes.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.