Que espécie é esta: salamandra-de-pintas-amarelas

O leitor Luís Caseiro encontrou este anfíbio em Pombal em Abril de 2020 e pediu ajuda para saber a espécie. Rui Rebelo responde.

“Encontrei esta salamandra e gostaria de confirmar a espécie. Julgo que seja uma Salamandra do Fogo e foi encontrada nas margens do Rio Arunca, zona da Rua Corre de Água, a sul de da cidade de Pombal, em Abril de 2020”, escreveu o leitor à Wilder.

Trata-se de uma salamandra-de-pintas-amarelas (Salamandra salamandra gallaica). Esta espécie tem outros nomes comuns, como saramantiga, saramela e saramaganta. Ou salamandra-do-fogo.

Espécie identificada e texto por: Rui Rebelo, investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Não se consegue perceber o sexo pelas fotografias, mas pelas proporções corporais parece ser um animal ainda novo.

Durante o Verão estes animais entram em estivação – um estado letárgico – enterrados em solos com alguma humidade, ou em grutas/cavidades.

A espécie é ovovivípara (as fêmeas parem larvas já desenvolvidas, ao contrário da grande maioria dos anfíbios, que põe ovos). As larvas em desenvolvimento nos oviductos das fêmeas (equivalente ao útero dos mamíferos) podem variar entre  pouco mais que 10 ou até 90! As fêmeas maiores podem parir muitas larvas.

Estes anfíbios são animais de hábitos nocturnos.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.