Que espécie é esta: sapo-parteiro

A leitora Andreia Santos viu este anfíbio em Gondomar a 4 de Março e quis saber qual a espécie. Rui Rebelo responde.

“Encontrei no meu pátio este sapo. Não sei qual a espécie, procurei na internet e é semelhante a um parteiro, mas tem algumas pintas vermelhas… Pretendo devolver à natureza mas gostaria de saber o local mais adequado para ele (parque de cidade, junto a rio, junto a lago?). Sou de rio-tinto, Gondomar, distrito do Porto”, escreveu a leitora à Wilder.

Trata-se de um sapo-parteiro (Alytes obstetricans).

Espécie identificada e texto por: Rui Rebelo, investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Sim, é um sapo-parteiro, Alytes obstetricans. É mesmo interessante que continue a aparecer tão perto zonas urbanas (ou mesmo dentro delas). Muitas vezes os sapos-parteiros têm essas pintas vermelhas; não é assim tão raro.

Melhor local para libertar? Junto a lagos não, e junto a rios também não. Mas junto a ribeiros sim (ribeiros em zonas declivosas, de preferência sem peixes). Desde que longe de estradas asfaltadas, também é boa ideia libertá-lo em parques ou terrenos baldios, de preferência onde haja terra mais solta, para que ele se possa enterrar.

O sapo-parteiro-comum, presente em vários países europeus, pode ser observado principalmente nas serras do Norte do país (e também na Serra de Sintra).

Os machos desta espécie carregam um fio de ovos fertilizados, enrolados à volta das pernas, para os proteger de predadores. 

Esta espécie prefere massas de água permanente, como ribeiros, charcos e tanques.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.