Águia-pesqueira. Foto: Skeeze/Pixabay

Cerca de 500 águias-pesqueiras passam o Inverno na Península Ibérica, revela censo

Em Fevereiro foram revelados os dados relativos a Portugal; agora surgem os dados a nível ibérico, segundo os quais invernam nos dois países entre 471 e 499 águias-pesqueiras (Pandion haliaetus).

O censo ibérico foi coordenado em Portugal pelo portal Aves de Portugal e em Espanha pela Fundación Migres e aconteceu, em Portugal, a 6 de Janeiro. Foram registadas entre 188 e 216 aves no nosso país.

Em Espanha, revelou esta semana a agência espanhola de notícias EFE, é na Andaluzia que mais águias-pesqueiras se concentram, com 42%, surgindo Portugal com 40%.

Estas são aves que vêem do Centro e do Norte da Europa para aqui passar os meses mais frios do ano. Procuram na Península Ibérica zonas com condições favoráveis para fugir às baixas temperaturas e mais alimento.

Além de Portugal e da Andaluzia há sete comunidades autónomas espanholas com presença desta espécie: Astúrias, Cantábria, Catalunha, Euskadi, Extremadura, Galiza e Valência, todas com percentagens abaixo dos 5% do total da população, à excepção da Galiza.

Não foram registadas águias-pesqueiras em Castela-Leão nem em Castela-La Mancha.

O habitat preferido destas águias foram as zonas húmidas mas também foram avistadas junto à costa e em albufeiras.

A águia-pesqueira, tal como o nome indica, alimenta-se de peixe. Por esta altura do ano, quando os lagos nos países de origem – Reino Unido, Suécia, Noruega e Alemanha – ficam cobertos de neve e gelo, algumas destas águias migram para Sul e vêm para Portugal em busca de alimento.

Em Fevereiro e Março, as águias-pesqueiras deixam Portugal rumo às suas áreas de reprodução. 

De momento, a população europeia parece estar a aumentar, muito graças a projectos de reintrodução realizados em países como Inglaterra, França ou Espanha.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.