Lançado fundo de 150.000 euros para conservar invertebrados marinhos

Até 7 de Julho, o Oceanário de Lisboa e a Fundação Oceano Azul estão à procura dos melhores projectos para conservar os invertebrados marinhos, na 3ª edição do Fundo para a Conservação dos Oceanos.

Este ano, o Fundo quer apoiar projectos de conservação deste grupo de espécies, do qual fazem parte os ouriços-do-mar e os pepinos-do-mar, por exemplo.

Estima-se que 97% do número total de espécies de animais existentes são invertebrados. No entanto, apenas 10% dessas espécies são conhecidas.

“Os invertebrados formam populações-chave em todos os ecossistemas do planeta, particularmente nos ecossistemas marinhos”, explicam as duas instituições em comunicado divulgado hoje.

Lesma-do-mar, fotografada na Expedição Oceano Azul. Foto: Joe Lepore/Waitt Foundation

“Apesar do esforço na conservação ser cada vez maior, ainda há grandes lacunas no que diz respeito ao conhecimento e conservação deste grupo tão vasto de espécies marinhas, que se encontram muitas delas ameaçadas pela pesca e exploração excessiva, destruição de habitats, alterações climáticas, poluição, entre outras.”

O Fundo para a Conservação dos Oceanos – que já atribuiu à conservação da biodiversidade marinha 250 mil euros, desde a primeira edição – tem este ano como tema “Invertebrados marinhos. Proteger o mar, o futuro na Terra”.

O objectivo é “promover a proteção de espécies de invertebrados marinhos, através de financiamento e de apoio ao conhecimento científico, mas também sensibilizar para a importância do equilíbrio do oceano, partilhando a visão de que a conservação do oceano é uma responsabilidade de todos”.

Segundo Núria Baylina, curadora e directora de conservação do Oceanário de Lisboa, muitas espécies de invertebrados marinhos, como os ouriços-do-mar e os pepinos-do-mar, “têm vindo a ser exploradas para consumo humano, no entanto, o estado das suas populações é desconhecido. Estas são algumas das razões pelas quais este grupo de animais merece especial atenção”.

O Fundo conta com duas edições já concluídas. A primeira edição, sob o tema “Raias e tubarões. Da escuridão para a luz da ciência”, financiou três projetos no valor total de 100 mil euros.

A segunda edição teve como tema “Espécies Marinhas Ameaçadas. Da Ciência para a Consciência”, e financiou dois projetos no valor total de 150 mil euros, um que estuda o cachalote e outro a migração da enguia-europeia.

O Fundo para a Conservação dos Oceanos, lançado em 2017, é atribuído todos os anos e financia projetos científicos que contribuam para a conservação dos oceanos.


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Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.