ONU decide não declarar Grande Barreira de Coral “em perigo”

O Comité do Património Mundial das Nações Unidas decidiu que, afinal, não vai declarar a Grande Barreira de Coral “em perigo”. Ainda assim, vai mantê-la sob vigilância durante os próximos quatro anos.

 

A decisão surgiu ontem durante uma reunião em Bona (Alemanha). Os 21 países membros do Comité debateram uma proposta para que a Grande Barreira de Coral não fosse listada “em perigo”, algo que o Comité ameaçou fazer há três anos por causa das ameaças àquele tesouro natural.

Muito terá contribuído o plano de sustentabilidade para os corais que o Governo australiano definiu até 2050, no qual prevê proibir o lançamento de resíduos para o mar, a limitação do desenvolvimento portuário e o tratamento das águas residuais que vão parar ao mar, revela a ABC News australiana.

O ministro do Ambiente australiano, Greg Hunt, foi a Bona defender o compromisso do seu país na protecção dos corais, nomeadamente das alterações climáticas e da poluição. “Ouvimos claramente as preocupações do Comité do Património Mundial”, disse Hunt.

“O recife de coral enfrenta desafios sem precedentes”, comentou Tim Badman, director do Programa do Património Mundial na UICN (União Internacional de Conservação da Natureza). “Por isso, a resposta para esses desafios deve ser, também ela, sem paralelo”, acrescentou.

A UICN exige que a Austrália reporte os progressos feitos dentro de dois anos.

A Grande Barreira de Coral é o maior sistema de recifes de coral do planeta, albergando a maior diversidade de corais do mundo e uma grande variedade de espécies ameaçadas, como a tartaruga verde (Chelonia mydas) e o dugongo (Dugong dugon).

 

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.