Cinco dicas para combater as ameaças do arame farpado

Todos os anos, entram centenas de animais feridos ou mortos em centros de recuperação de fauna selvagem devido ao arame farpado, avisa o CERAS, situado em Castelo Branco.

No âmbito das celebrações do seu vigésimo aniversário, o CERAS – Centro de Estudos e Recuperação de Animais Selvagens, ligado à Quercus, tem a decorrer a campanha 20-20-20, no âmbito da qual chama a atenção para 20 ameaças à biodiversidade.

“Para cada uma destas ameaças vamos dar a conhecer a sua origem e as soluções que podem ajudar a evitá-las, minimizá-las ou mesmo a acabar com estas ameaças que matam e provocam lesões na nossa fauna protegida”, indica um texto publicado no Facebook do CERAS.

No caso do arame farpado, a primeira ameaça visada no âmbito dessa iniciativa, o maior perigo é o enredamento. Entre os animais mais ameaçados estão aves nocturnas como as corujas e também os morcegos.

Coruja recolhida no CERAS devido ao arame farpado. Foto: CERAS/Quercus

Aqui ficam cinco dicas sugeridas pelo centro, de forma a evitar que o arame farpado continue a ser um perigo para a vida selvagem:

1. Substituir o arame farpado

Em vez de usar arame farpado em vedações, recorrer a alternativas que sejam amigas da vida selvagem, como sebes vivas de arbustos ou árvores autóctones.
“Fale com organizações e a sua câmara municipal sobre este assunto”, aconselham também.

2. Diminuir os riscos

Caso não seja possível substituir o arame farpado por outro material, é possível pelo menos colocar arame simples nos cabos do topo ou então revesti-los com plástico. Por outro lado, o melhor é “remover o arame farpado redundante o mais rápido possível”.

3. Planear com cuidado onde ficam as vedações

É importante não instalar vedações de arame farpado perto de árvores de fruto, de corpos de água ou em corredores para a vida selvagem, adianta o centro de recuperação de animais selvagens. “Da mesma forma, não cultive plantas com flor ou de fruto perto destas vedações.”

4. Como fazer se encontrar um animal preso

Deve contactar de imediato a linha SOS AMBIENTE (808 200 520) ou a GNR/SEPNA local e evitar aproximar-se do animal enredado, “já que este poderá debater-se e agravar as suas lesões”. Sempre que possível, o melhor será esperar que o resgate seja realizado por um profissional especializado.

5. E se for um morcego?

Se se tratar de um morcego, “evite tocar-lhe”. E se isso for necessário, “use sempre luvas”.

Saiba mais.

Continue a acompanhar a iniciativa 20-20-20, no Facebook do CERAS.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.