Leitores: Marzena Stańczyk pergunta como pode ajudar a borboleta que apareceu no jardim

A leitora Marzena Stańczyk fotografou esta borboleta a 1 de Setembro em Cascais e quis saber como pode ajudar. Albano Soares responde.

“Encontrámos uma borboleta-zebra no nosso jardim de casa, em Cascais. A borboleta não pode voar, achamos que por causa da falta de uma das partes do corpo, na sua cabeça. Como a podemos ajudar?”, perguntou a leitora à Wilder.

Resposta de Albano Soares, da Rede de Estações da BiodiversidadeTagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.

“Esta é uma borboleta zebra (Iphiclides feisthamelii) que chegou ao fim da vida. Infelizmente não há nada que se possa fazer… Se quiserem ajudar a espécie plantem árvores de fruto como pessegueiros e ameixoeiras e não apliquem pesticidas. As borboletas-zebra vão aparecer de certeza!”

A borboleta-zebra pode ser encontrada em Portugal, Espanha, Sul de França e Norte de África. É “uma grande e bonita borboleta da família Papilionidae”, de acordo com o investigador.

As fêmeas colocam os ovos numa grande diversidade de árvores, tanto silvestres (como o abrunheiro ou catapereiro), como árvores de fruto dos pomares, como pereiras, macieiras e pessegueiros, explicou por seu turno Patrícia Garcia Pereira, também do Tagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal, num artigo já publicado na Wilder sobre cinco borboletas para procurar no Verão.

“Os ovos são colocados individualmente e as lagartas têm um desenvolvimento lento, não causando por isso grandes danos às plantas hospedeiras”, acrescentou esta especialista.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.