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O melhor da Primavera: as primeiras saídas das crias de texugo

Os fenómenos essenciais da vida selvagem para apreciar este mês. Depois dos ninhos que estão a ser feitos no solo pelas rainhas de abelhão-comum, chega a vez das primeiras saídas das crias de texugo (Meles meles). 

 

É no mês de Abril que as crias de texugo saem pela primeira vez das tocas. Depois de várias semanas nos seus refúgios subterrâneos, as crias mal podem esperar para descobrir o mundo cá fora. As suas brincadeiras e curiosidade por tudo o que as rodeia é uma das maravilhas da estação.

Tendo sempre o cuidado de não perturbar estes animais, procure observar as crias junto às suas texugueiras. Esta é a melhor época do ano para observar texugos, segundo os autores do livro “Um olhar sobre os carnívoros portugueses” (2012).

As crias nascem a partir de Fevereiro, passadas cinco a sete semanas de gestação, em ninhadas com um a cinco animais, acrescentam os mesmos autores. Com cerca de um mês de idade abrem os olhos e são amamentadas pela mãe durante cerca de dois meses. Atingem a maturidade sexual aos 14 a 15 meses e só por volta dos dois anos abandonam o território onde nasceram para formar a sua própria família.

Na natureza, os texugos vivem até aos 14 anos de idade.

 

Dica: saiba aqui como identificar pegadas de texugo.

Saiba mais: descubra aqui o projecto que está a mapear as populações de texugos da Serra de Sintra.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.