Que espécie é esta: aranha-vespa

O leitor Simão Ribeiro enviou-nos esta aranha que o seu filho de sete anos encontrou e fotografou para identificarmos a espécie. Sérgio Henriques responde.

As fotografias foram tiradas “a 18 de Agosto em Mangualde pelo meu filho Vicente de 7 anos. Ele é um apaixonado por todos os animais”, escreveu Simão Ribeiro.

Trata-se de uma aranha-vespa da espécie Argiope cf. bruennichi (a confirmar).

Espécie identificada e texto por: Sérgio Henriques, líder do grupo de especialistas em aranhas e escorpiões da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e especialista da Sociedade Zoológica de Londres.

Não consigo ter a certeza, mas acho que poderá ser a aranha-vespa Argiope bruennichi.

A aranha que o Vicente encontrou é claramente uma fêmea de Argiope, uma aranha-vespa. Na minha opinião, das mais belas aranhas da nossa fauna. 

São das maiores aranhas do nosso país e têm uma dimensão considerada entre média a grande.

Estas aranhas atingem a maturidade mais ou menos em Agosto e Setembro (final do Verão), com as fêmeas a viver até Outubro, embora os machos vivam por períodos bem curtos.

Nesta altura do ano, a fêmea deve estar grávida e quase a dar à luz ou a guardar o saco de ovos que coloca no topo da vegetação perto da teia.

Os ovos passam assim o Inverno e eclodem na próxima Primavera.

A teia desta aranha tem um zig-zag de seda que ainda hoje intriga os cientistas. Esta estrutura foi chamada de stabilementum porque se pensava que estabilizava a teia.

Nesta imagem consegue ver-se o stabilementum feito por uma Argiope bruennichi. Foto: Michael H. Lemmer/Wiki Commons

Hoje pensa-se que serve para avisar as aves e evitar colisões. É tão eficaz que há investigação para imitar a teia e reduzir colisões de aves contra estruturas.

 


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.