Que espécie é esta: sela de elfo

A leitora Cristina Martins fotografou este fungo no Livramento, Mafra, a 16 de Novembro, e pediu ajuda na identificação. A associação Ecofungos responde.

Cristina Martins explica que encontrou este fungo “ao limpar um canteiro no nosso jardim”.

Trata-se de um sela de elfo (Helvella crispa).

 Espécie identificada e texto por: Ecofungos – Associação Micológica.

Esta espécie, muito curiosa pelo aspeto ceroso que apresenta lembrando uma vela, trata-se de uma Helvella crispa.

O nome comum da espécie, no Reino Unido é, White Saddle (sela branca) ou Elfin Saddle (sela de elfo), pela aparência e forma do seu chapéu. 

A cor do chapéu e pé varia de branco a creme, com a evolução da maturação. A carne é cerosa e consistente.

Se for efetuado um corte longitudinal do cogumelo é possivel verificar que o interior do pé é oco.

Podem atingir os 20 centímetros de altura.  

É possível, quando a espécie produz esporos, através do toque no chapéu ver uma pequena nuvem de esporos a soltarem-se no ar. Isto deve-se ao fato deste tipo de fungos dispersar os esporos através de uma sistema de ascos, que se assemelham a “canhões de bolas de ténis”, que disparam para o ar os esporos no auge da fase de maturação.

Julga-se ainda que estes fungos serão micorrízicos, mas ainda há pouco estudo sobre a sua ecologia.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.