Que espécie é esta: algodoeiro-falso

A leitora Cristina Marques fotografou esta planta a 20 de Agosto em Carcavelos, Cascais, e quis saber qual é a espécie. Carine Azevedo responde.

“Esta planta nasceu no meu jardim e não faço ideia do que seja… Está com uma frutificação mto exuberante! Muito agradecia ajuda para saber se a devo controlar ou se é benigna”, escreveu a leitora à Wilder.

Trata-se de um algodoeiro-falso (Gomphocarpus fruticosus).

Espécie identificada e texto por:  Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

A planta fotografada é uma espécie do género Gomphocarpus que possui estatuto de espécie invasora em Portugal e surge listada no Decreto-Lei nº 92/2019, de 10 julho.

É uma espécie da família Apocynaceae, conhecida como planta-balão (Gomphocarpus fruticosus), algodoeiro-falso, sumaúma, paineirinha, paina-de-seda, entre outros.

A planta-balão possui porte arbustivo, podendo crescer até cerca de 2,5 metros de altura. Possui folhas lineares a estreitamente lanceoladas e compridas, tomentosas quando jovens e glabras em adultas.

A floração ocorre de abril a novembro e as flores são vistosas, de cor creme e surgem reunidas em inflorescências.

Os frutos (folículos) parecem uns pequenos balões, ovoides, cobertos de cerdas macias e contêm, no interior, inúmeras sementes escuras, aladas e com tufo de pêlos brancos, semelhante ao algodão, que auxilia na sua dispersão.

Esta planta é problemática para a vegetação nativa, uma vez que é capaz de ocupar manchas densas, reduzindo a biodiversidade nos locais de invasão. Além disso, é uma planta tóxica para animais, incluindo para o ser humano. A planta liberta uma seiva tóxica, devendo por isso, ter o cuidado de usar luvas para a manusear. O contacto com a seiva desta planta pode causar erupção na pele, por exemplo.

Embora pudesse dizer que não há mal manter uma única planta, já percebemos que as  espécies invasoras “trabalham” silenciosamente no seu processo de propagação e dispersão, sobretudo aquelas que produzem imensas sementes. Como tal, sugiro que elimine a planta do seu jardim para garantir que as sementes não se dispersem para outras áreas e causar focos de infestação difíceis de controlar.

No site invasoras.pt encontra mais informação sobre a espécie.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Equipa Wilder

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