Que espécie é esta: eruca-marítima

A leitora Maria Jorge Campos fotografou esta planta na praia de Santa Cruz a 30 de Agosto e pediu para saber a espécie. Carine Azevedo responde.

Trata-se de uma eruca-marítima (Cakile maritima).

Espécie identificada e texto por: Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

A planta fotografada é uma eruca-marítima (Cakile maritima), também vulgarmente conhecida como carqueja-mansa ou eruca-marinha. É uma espécie da família Brassicaceae, a que pertencem outras plantas bem conhecidas, como a couve, o nabo, o rabanete, entre outras.

É uma planta nativa da região Mediterrânica, Macaronésia e Europa. Em Portugal surge de forma espontânea ao longo de toda a costa, fundamentalmente em zonas arenosas, especialmente em dunas. É também uma espécie nativa no Arquipélago da Madeira.

Esta pequena planta carnuda não cresce além dos 60 cm de altura e ramifica desde a base, mantendo os seus ramos habitualmente prostrados, junto ao solo.

As folhas são pecioladas, carnudas, compostas por vários segmentos e a margem é ligeiramente ondulada a dentada.

O período de floração é longo, podendo estender-se de março a dezembro. As flores são brancas ou lilás e possuem corola crucífera, típica desta família de plantas. Ou seja, possui 4 pétalas livres, inteiras, dispostas em cruz e com unha. 


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.