Que espécie é esta: flor-de-viúva

A leitora Karolyn Morovati fotografou esta árvore em Lisboa em Julho e pediu para saber a que espécie pertence. Carine Azevedo responde.

“Gostava de identificar uma espécie, é uma planta que cresce em todo lado em Lisboa”, escreveu a leitora à Wilder.

Tratar-se-á de uma flor-de-viúva (Trachelium caeruleum).

Espécie identificada e texto por: Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

Tudo indica que a espécie das fotografias é uma espécie da família Campanulaceae, vulgarmente conhecida como flor-de-viúva (Trachelium caeruleum) ou simplesmente viúvas. 

A flor-de-viúva é uma espécie nativa da região mediterrânica. Em Portugal ocorre na região do Minho até ao Algarve, sendo mais comum na faixa do litoral norte e centro.

É uma planta herbácea, de base lenhosa, que pode crescer até um metro de altura. A folhagem é verde-escura, em forma de lança e de margem dentada. Floresce durante uma longa temporada, de junho a setembro. As flores são pequenas, possuem forma tubular e são levemente perfumadas, de cor azul-violeta, roxas e mais raramente brancas. As flores, ricas em néctar e muito atrativas a pássaros e borboletas, surgem em grande número, agrupadas em inflorescências semelhantes a cachos com cerca de 15 centímetros de diâmetro, acima da folhagem. 

Esta planta é comum em fendas de muros e de paredes, em encostas e taludes, embora também seja comumente utilizada em jardins e como flor de corte em muitas outras regiões da Europa, tendo já recebido o prémio de mérito de jardim da Royal Horticultural Society.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.