Que espécie é esta: goivo-das-dunas

O leitor João Quinta pediu ajuda na identificação desta planta que fotografou perto de Espinho a 17 de Abril. Carine Azevedo responde.

“Encontrei esta planta na zona dunar junto a Espinho e nunca tinha visto. Será que podem identificar?”, escreveu o leitor à Wilder.

Trata-se de um goivo-das-dunas (Matthiola sinuata).

Espécie identificada e texto por:  Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

A planta fotografada é uma espécie típica das areias marítimas, conhecida vulgarmente como goivo-das-dunas (Matthiola sinuata).

É uma espécie nativa do norte da região oeste da Europa até ao Mediterrâneo e em Portugal pode ser vista nas areias e arribas do norte e centro litoral.

É uma espécie cada vez mais difícil de encontrar, pois as suas colónias estão muito localizadas e o número de indivíduos tem vindo a decrescer.

A Matthiola sinuata é uma pequena planta herbácea da família Brassicaceae.

Tem folhas numerosas, dispostas em roseta e que surgem próximas do solo. As folhas estão cobertas de pêlos esbranquiçados, que lhe dão um aspeto aveludado em tons de cinza a azulado. Esta modificação das folhas ajuda-a a refletir a luz solar e a proteger-se das condições adversas em que vive.

As flores são lilás e perfumadas, mais intensamente ao anoitecer. Florescem entre abril e julho e são muito procuradas por insectos que ajudam à polinização.

O seu habitat natural tem vindo a ser destruído em muitos locais do litoral europeu, havendo já regiões em que se encontra completamente extinta.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.