Leões conquistam escolha do público para o Wildlife Photographer of the Year

Este momento único entre dois leões machos, pelo fotógrafo David Lloyd, venceu o prémio Wildlife Photographer of the Year LUMIX People´s Choice, com 16.000 votos, foi hoje revelado.

 

A fotografia do britânico David Lloyd, “Bond of Brothers” foi escolhida de uma lista de 25, seleccionadas pelo Museu de História Natural de Londres de entre mais de 45.000 fotografias submetidas ao concurso de 2018. Concorreram fotógrafos profissionais e amadores de 95 países.

 

Foto: David-Lloyd, Wildlife Photographer of the Year
Foto: David-Lloyd, Wildlife Photographer of the Year/NHM

 

Os dois leões machos adultos, que tudo indica serão irmãos, cumprimentaram-se e roçaram as cabeças durante cerca de 30 segundos, antes de se acomodarem. A fotografia foi captada em Ndutu, no Serengueti (Tanzânia).

“Estou muito feliz por esta imagem ter tido impacto porque ilustra a emoção e os sentimentos dos animais e enfatiza que estes não são limitados aos seres humanos”, explicou David Lloyd em comunicado. “É algo que penso de que mais pessoas devem ter consciência, para bem de todos os animais.”

O director do Museu de História Natural de Londres, Sir Michael Dixon, sublinhou que “os leões são indivíduos com laços sociais complexos e a fotografia de David Lloyd dá-nos um vislumbre do seu mundo mais íntimo”.

Na sua opinião, “este é um retrato intimista que nos lembra que os humanos não são os únicos seres sencientes neste planeta. Espero que a empatia gerada por esta imagem inspire mais pessoas a serem defensoras da natureza”.

Quatro fotografias com Menções Honrosas conquistaram o coração do público. Estas incluem a fotografia de uma raposa na cidade de Londres (por Matthew Maran), a fotografia de um urso-polar faminto no Ártico canadiano (por Justin Hofman), a fotografia de três cães-selvagens-africanos a brincar com a pata de uma impala (Bence Máté) e a fotografia de três pinguins-imperador numa praia das ilhas Falkland (por Wim Van Den Heever).

 

Foto: Matthew-Maran, Wildlife Photographer of the Year/NHM

 

Matthew fotografa raposas perto da sua casa no Norte de Londres há mais de um ano. Desde que descobriu esta pintura urbana, sonhava conseguir uma fotografia perfeita. Depois de incontáveis horas e muitas tentativas falhadas, a sua persistência deu resultados.

Foto: Justin-Hofman, Wildlife Photographer of the Year/NHM

 

Todo o corpo de Justin se contorceu de sofrimento ao encontrar este urso polar enfraquecido pela fome num campo abandonado por caçadores no Árctico canadiano. Com cada vez menos gelo, e o que resta cada vez mais fino, os ursos polares não conseguem movimentar-se para procurar alimento.

 

Foto: Bence-Máté, Wildlife Photographer of the Year/NHM

 

Enquanto os cães-selvagens-africanos adultos são caçadores implacáveis, as suas crias são extremamente engraçadas e passam o dia inteiro a brincar. Bence fotografou estes irmãos em Mkuze, na África do Sul. Todos queriam brincar com a pata de uma impala e tentavam puxá-la em três direcções diferentes.

 

Foto: Wim Van Den Heever
Foto: Wim Van Den Heever, Wildlife Photographer of the Year/NHM

 

Wim cruzou-se com estes pinguins-imperador numa praia das ilhas Falkland mesmo ao amanhecer. Naquele momento estavam num ritual de acasalamento fascinante, com dois machos a fazerem movimentos circulares em redor da fêmea, usando as suas barbatanas para tentar evitar o outro macho.

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.

Os prémios Wildlife Photographer of the Year começaram em 1965, numa iniciativa da revista BBC Wildlife Magazine, que na altura se chamava Animals. Nesse ano 500 fotografias foram a concurso. Desde então, o evento cresceu e, em 1984, o Museu de História Natural de Londres passou a estar envolvido no projecto. O grande objectivo é inspirar as pessoas para apreciarem e conservarem o mundo natural.

Relembre aqui o vencedor da edição anterior, eleito pelo público, e aqui o grande vencedor da edição de 2018.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.