Morcego. Foto: Governo de La Rioja

Região espanhola concede apoios que permitiram proteger 1.405 morcegos e as suas colónias

Em 2021 foram concedidas ajudas no valor de 18.622 euros que permitiram conservar 16 colónias reprodutoras destes animais em edifícios privados de 14 localidades de La Rioja, no Norte de Espanha.

A Consejería de Sostenibilidad y Transición Ecológica do governo de La Rioja concedeu este ano 16 subvenções no valor total de 18.622 euros destinadas a proteger as colónias reprodutoras de morcegos em edifícios privados.

As ajudas permitiram conservar 1.405 morcegos cavernícolas de nove espécies, entre elas o Morcego de Bechstein (Myotis bechsteinii) – espécie que em Portugal está classificada como Em Perigo de extinção – e o Morcego-rato-pequeno (Myotis blythii), que em Portugal está Criticamente Em Perigo de extinção.

Os refúgios que receberam estas ajudas localizam-se em edifícios em 14 localidades, como Navalsaz, Arenzana de Abajo e Villavelayo.

“Os morcegos cavernícolas dependem totalmente destes refúgios para viver, para se reproduzir e para passar o Inverno”, explica o governo de La Rioja, em comunicado.

Morcego. Foto: Governo de La Rioja

Em La Rioja conhecem-se actualmente 17 locais adequados para acolher colónias destas espécies protegidas. Por vezes, estas espécies usam construções humanas como refúgios para se reproduzirem ou para hibernarem. Para que os animais não sejam perturbados e para evitar eventuais impactos negativos na sua conservação, o governo regional avançou com estes financiamentos.

Estes compensaram economicamente os proprietários dos imóveis em cujo interior habite uma colónia reprodutora ou de hibernação destes mamíferos por prejuízos que poderão ter ocorrido ou pela perda da receitas por falta de uso da habitação.

Em troca, o beneficiário assume o compromisso de garantir a tranquilidade que os morcegos precisam durante o Inverno ou na época de reprodução.

“O objectivo do governo de La Rioja é preservar estes animais que oferecem importantes serviços aos ecossistemas, já que ingerem uma grande quantidade de insectos, actuando assim como controladores de pragas agrícolas e de doenças.”

A convocatória deste ano, lançada a 4 de Março, continua aberta até 12 de Novembro a particulares e empresas que peçam ajudas para proteger colónias de hibernação de morcegos.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.