Jardim Botânico do Porto. Foto: MHNC-UP

Três espaços verdes do Porto recebem Green Flag Award

O Jardim Botânico do Porto, o Jardim do Passeio Alegre e o Parque da Cidade receberam galardão que distingue espaços verdes e parques bem geridos por todo o mundo.

O anúncio foi feito esta quarta-feira pelo Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP), que gere o jardim botânico portuense, e surge quase duas semanas depois deste espaço verde ter sido distinguido com um prémio internacional de arquitectura.

O programa Green Flag Award é coordenado pela organização ambiental Keep Britain Tidy e funciona como um sistema internacional de acreditação não lucrativo. “Destina-se a reconhecer o mérito dos parques e jardins que se destacam a nível internacional pelas suas boas práticas em termos de gestão e acolhimento do público”, indica em comunicado o MHNC-UP, que destaca o facto de ser esta a primeira vez que espaços verdes em Portugal são desta forma reconhecidos.

A edição deste ano do Green Flag Award, que foi criado em 1996, atribui o galardão a jardins e parques de 17 países “que demonstraram cumprir as normas de qualidade definidas”. Além de Portugal, também a Austrália, Bélgica, Inglaterra, Finlândia, Alemanha, México, Holanda, Suécia e Nova Zelândia, entre outros.

“Estamos orgulhosos por termos tantos e maravilhosos espaços verdes por todo o mundo para as pessoas usufruírem, e esperamos que no próximo ano possamos atribuir ainda mais bandeiras”, comentou o director de Desenvolvimento Internacional dos Green Flag Awards, Carl McClean, citado em comunicado.

Já o director do Jardim Botânico do Porto, Paulo Farinha Marques, afirmou que este é “um espaço muito especial, onde a originalidade e a diversidade se articulam com uma participação e gestão fora do comum”. “É muito reconfortante o Jardim ser reconhecido pela sua especial condição que motiva a continuar o trabalho iniciado desde há muito”, sublinhou.

Com uma área de cerca de quatro hectares, actualmente o jardim organiza-se em três patamares, “com características muito distintas”. No primeiro, que envolve a Galeria da Biodiversidade, desenvolvem-se os jardins formais, separados por sebes de camélias centenárias. No segundo patamar, um jardim de plantas xerófitas abriga diversos cactos e plantas suculentas e ainda a estufa de cactos, a estufa tropical e a estufa de orquídeas. Já no patamar mais baixo está o arboreto, com colecções de coníferas, de plantas nativas, um fetário e o maior lago do Jardim.

Quanto ao Jardim do Passeio Alegre, data do final do século XIX e é considerado um dos maiores sucessos do jardineiro paisagista Jeronymo Monteiro da Costa. Cobre quatro hectares, nos quais “oferece aos visitantes uma das mais bonitas paisagens na cidade”, descreve uma nota no site do Green Flag Award.

Por fim, o Parque da Cidade do Porto, planeado com base num projecto de Sidónio Pardal, cobre cerca de 80 hectares e “é considerado o maior parque urbano do país”, refere o mesmo site. Com mais de 159 tipos de árvores e arbustos, “as áreas verdes espalham-se ao longo de múltiplos campos panorâmicos que se estendem por todo o percurso até à beira do mar, tornando-o invulgar em qualquer sítio do mundo.”

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.