Oito novas espécies de orquídeas descritas na Colômbia

Oito novas espécies de orquídeas endémicas da Colômbia foram descobertas no Parque Nacional Natural Farallones de Cali, revelou recentemente o Governo colombiano.

As espécies – Lephantes dianatrijilloana, Lephantes dianauribeana, Lephantes gloriagaleanoana, Lephantes laurarestrepoana, Lephantes margaritamarinoana, Lephantes nidiagongorana, Lephantes nubiamuñozana e Lephantes paolaalzateana – foram batizadas para homenagear oito mulheres representativas da história da Colômbia, entre elas a historiadora Diana Uribe e a engenheira aeroespacial Diana Trujillo.

Na Colômbia, os taxonomistas estão a correr contra o tempo para descrever a biodiversidade do país, ameaçada pela extinção de espécies e destruição de habitats.

Segundo os investigadores que descreveram estas novas espécies, num artigo científico publicado em Janeiro na revista Harvard Papers in Botany, “as orquídeas estão entre as espécies mais ameaçadas”.

Um dos géneros de orquídeas na Colômbia é o Lepanthes, descrito por Swartz em 1799. Este é o segundo género com mais espécies nas regiões tropicais, depois do Stelis sp., e tem mais de 1190 nomes distribuídos desde o México à Bolívia.

Ainda assim, se olharmos para o nível das espécies, há fortes confinamentos geográficos que tornam este um género com muitos endemismos.

A Colômbia alberga a maior diversidade de espécies do género Lepanthes dos neo-trópicos, com 377 espécies.

O Parque Nacional Natural Farallones de Cali, criado em 1968, é um dos menos estudados da Colômbia. Quanto à diversidade de orquídeas, até recentemente eram 819 as espécies registadas em todos os parques naturais do país, com apenas 110 espécies no Parque Los Farallones.

Em 2020, um novo estudo registou 430 espécies de orquídeas para esta área protegida. “Dada a sua elevada extensão, que o torna num dos maiores parques da Colômbia, e com muitas das suas florestas ainda por explorar, são descobertas novas espécies de orquídeas todos os anos”, salientam os investigadores.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.