Hotel para insectos. Foto: Herbert Bieser/Pixabay

Ingleses desafiados a ter um hotel para abelhas e a participar numa experiência científica

O projecto The Big Bee Hotel Experiment foi lançado em Abril pela Universidade britânica de Sussex para recolher informações sobre abelhas e os seus habitats preferidos. Os investigadores pedem a ajuda dos cidadãos durante a Primavera e o Verão.

Os investigadores estão a pedir voluntários por todo o país que têm um hotel para insectos, ou que queiram fazer ou comprar um, para participarem no projecto que quer melhorar o que se sabe sobre as abelhas.

Hotel para insectos. Foto: Herbert Bieser/Pixabay

Os voluntários registam-se no projecto e devem enviar uma fotografia da entrada do seu hotel para insectos uma vez por mês durante a Primavera e o Verão. Os investigadores serão então capazes de registar quantos buracos nos hotéis estão ocupados e por que tipo de abelha, com base na substância que as abelhas usam para tapar esses buracos. Umas espécies usam barro, outras usam resina das plantas, por exemplo. 

“Um hotel para insectos é o equivalente a uma caixa-ninho para aves, dando abrigo e local de reprodução para espécies de abelhas solitárias”, explica a Universidade de Sussex em comunicado. Estima-se que 250 das 270 espécies de abelhas do Reino Unido sejam abelhas solitárias e que não vivam em colónias como, por exemplo, as abelhas do mel.

“As abelhas solitárias são polinizadores incrivelmente importantes e este projecto pretende compreender melhor que tipo de hotel para insectos funciona melhor, ajudando assim a melhorar os esforços de conservação”, acrescenta a Universidade.

Dave Goulson, entomólogo da Universidade de Sussex e coordenador do projecto, comentou que “este é um projecto divertido que pode ser feito por qualquer pessoa, incluindo crianças, que tenha acesso a um espaço exterior e interesse em incentivar a vida selvagem”. “Se conseguirmos centenas de voluntários seremos capazes de descobrir como fazer hotéis para insectos mais eficazes e assim ajudar os nossos polinizadores!”

Os hotéis para insectos podem ser adquiridos ou facilmente feitos em casa. Goulson sugere que as pessoas podem simplesmente fazer buracos num bloco de madeira ou encher latas velhas com raminhos ou bocados de canas de bambu.

Hotel para insectos. Foto: Thorsten Frenzel/Pixabay

A decorrer de Março a Setembro, este projecto é uma colaboração entre o The Buzz Club, um clube de Ciência da Universidade de Sussex, e a The Wildlife Community, uma empresa que desenvolve produtos para reforçar os habitats naturais e a biodiversidade.

“Estamos encantados por fazer parte desta experiência a nível nacional com o The Buzz Club. Concebemos e fabricamos vários hotéis para insectos e as informações resultantes desta colaboração vão-nos ajudar a melhorar os nossos designs e torná-los ainda mais eficazes”, comentou Mark Pitman, director da The Wildlife Community.

Todas as pessoas que participarem no projecto habilitam-se, automaticamente, a ganhar um voucher de 250 libras (cerca de 290 euros), doado pela The Wildlife Community.  

Em Portugal estima-se que existam cerca de 750 espécies de abelhas.


Conheça estas espécies que pode ver nos meses de Primavera.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.