Foto: Paulo Marques

Que espécie é esta: macho de aranha pavão

O leitor Paulo Marques fotografou uma “bonita aranha” em Porto Covo, a 26 de Maio, e quis saber a espécie. Sérgio Henriques responde.

 

“Fotografei esta bonita aranha. […] Reparei que de cada lado tinha uma perna diferente das outras e que dava pequenos saltos”, explicou Paulo Marques.

Esta aranha é um macho de aranha pavão (Saitis barbipes).

Espécie identificada e texto por: Sérgio Henriques, líder do grupo de especialistas em aranhas e escorpiões da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e especialista da Sociedade Zoológica de Londres.

Esta é uma aranha saltadora (família Salticidae) que não é comum de observar em Portugal e que não deve ser capturada ou movida do seu habitat natural.

Esta espécie não caça com teia, mas usa os seus largos olhos e boa memória para perseguir activamente as suas presas, e usa a sua velocidade e capacidade de salto para as surpreender e capturar. Sobretudo pequenos insectos.

A seda é apenas usada como abrigo, saco de ovos, ou mais comumente como linha de segurança. Esta aranha prende um fio de seda à superfície onde se encontra (folha, ramo, mesa, etc.). Se ao saltar para o desconhecido não aterrar onde esperava, fica suspensa por esse fio de seda e pode sempre trepar por ele e regressar em segurança ao ponto de partida.

As fêmeas têm uma coloração mais pardacenta e os machos são como se vê na foto:  iridiscentes e cheios de cor, com o terceiro par de patas bem peludo e colorido, que o macho utiliza durante o ritual de acasalamento para atrair e cortejar a fêmea. É daí que que surge o seu nome comum de aranha pavão.

Assista aqui a um dos vídeos preferidos de Sérgio Henriques com o ritual desta espécie. 

 

[divider type=”thin”]Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.