Que espécie é esta: murta

O leitor Amando Flores quis saber a que espécie pertence este arbusto fotografado em Grândola a 17 de Novembro. O investigador Filipe Covelo responde.

“Ando à procura de zimbro mas, pelas imagens que vi, penso que não 
deve ser isto. Sabem-me dizer que espécie é esta?”, perguntou Amando Flores à Wilder.

“Provei as bagas e são aromáticas. Devem dar um bom licor, mas não 
sei se deva… Não conheço a planta e não sei se não será tóxica.
Há bastante por aqui.”

Trata-se de uma murta ou murteira (Myrtus communis L.).

Espécie identificada e texto por: Filipe Covelo, colaborador do Jardim Botânico e do Herbário da Universidade de Coimbra (UC), no âmbito do projecto PRISC (Portuguese Research Infrastructure of Scientific Collections). O Jardim Botânico da UC tem a decorrer um projecto de consultas botânicas para o qual pode enviar as perguntas e dúvidas que tiver sobre plantas ([email protected]).

Esta espécie é da família Myrtaceae, a mesma do eucalipto (ex. Eucalyptus globulus Labill.) e da goiabeira (Psidium guajava L.). 

Tem utilizações várias, como ornamental, medicinal (adstringente, antisséptica) e alimentar (dos seus frutos comestíveis pode ser obtido azeite e licor).

Esta espécie nativa em Portugal tem como área de distribuição global o Sul da Europa, Noroeste de África, Ásia Menor e Próximo Oriente.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.