Lince-ibérico, cria. Foto: Programa Ex-situ (arquivo)

Sete crias de lince-ibérico nasceram nesta Primavera na Extremadura espanhola

Três fêmeas de lince-ibérico, duas das quais nascidas em Silves, deram à luz sete crias nos campos de Valle de Matachel, a única zona de reintrodução da espécie na Extremadura espanhola, foi hoje revelado.

 

Este é o segundo ano que Valle de Matachel tem registos de nascimentos de linces-ibéricos (Lynx pardinus). Estas sete crias terão agora cerca de três meses de idade e a sua presença foi confirmada por imagens captadas por câmaras de foto-armadilhagem.

Segundo um comunicado do governo da Extremadura, duas das fêmeas nasceram no Centro Nacional de Reprodução do Lince-ibérico (CNRLI), em Silves, e foram libertadas naquela zona em 2014. A outra fêmea veio do Centro de Reprodução El Acebuche, em Doñana (Andaluzia) e foi libertada em 2015.

“No Valle de Matachel existem as melhores condições para a fixação de fêmeas territoriais, já que tem um habitat mediterrânico e alimento abundante com mais de quatro coelhos por hectare”, segundo o mesmo comunicado.

Depois de uma ausência de 40 anos, este felino das barbas regressou à Extremadura espanhola em 2014 – o primeiro ano das reintroduções de lince-ibérico, no âmbito do projecto Life Iberlince para recuperar a distribuição histórica da espécie em Portugal e Espanha. Hoje, existirão ali mais de 20 linces adultos.

As reintroduções de lince-ibérico começaram em 2012 na Andaluzia e, em 2014, estenderam-se a outras regiões da Península Ibérica, nomeadamente ao Parque Natural do Vale do Guadiana, a Extremadura (Vale de Matachel) e a Castela-La Mancha (Serra Morena Oriental e Montes de Toledo).

Em Portugal, no Parque Natural do Vale do Guadiana, são conhecidas duas ninhadas, uma de Lagunilla e outra de Jacarandá. E em Castela-La Mancha são conhecidas pelo menos cinco ninhadas.

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.

Saiba como é cuidar dos linces no Vale do Guadiana e quantos linces nascidos em Silves já foram pais na natureza.

Siga a nossa série “Como nasce um lince-ibérico” e conheça os veterinários, video-vigilantes, tratadores e restante equipa do Centro Nacional de Reprodução (CNRLI) em Silves.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.