Foto: Afonso Abreu

Este novo tubarão pode ser visto em Lisboa

O Oceanário de Lisboa passou a contar com dois tubarões-de-pontas-brancas-de-recife vindos do aquário de Gijon, que se juntam a outros tubarões e peixes no Aquário Central.

Desde a última revisão da Lista Vermelha da União para a Conservação Internacional da Natureza, anunciada na última semana, que o tubarão-de-pontas-brancas-de-recife (Triaenodon obesus) é uma espécie classificada como Vulnerável. Está por isso em risco de extinção, como muitos outros tubarões por todo o mundo.

São também animais considerados pacíficos. “Habitam em águas tropicais e pouco profundas, associados a recifes de coral e podem atingir um comprimento máximo de 2,13m”, descreve o Oceanário de Lisboa, numa nota de imprensa sobre a chegada da nova espécie.

Este habitante os oceanos Índico e Pacífico é “notoriamente lento”, pelo que é “pouco eficaz a capturar peixes”. Para ter mais sucesso, aproveita o formato do focinho, curto e arredondado, para capturar as presas escondidas em pequenos buracos, no fundo marinho.

Foto: Afonso Abreu

A sobrepesca é a principal ameaça para a sua sobrevivência, pois tal como acontece com outros tubarões, este tem um crescimento lento, uma maturidade tardia e uma baixa taxa de natalidade. Tudo isso dificulta a recuperação das populações apanhadas pelo excesso de pesca.

Uma curiosidade: “Durante a corte, o macho morde a barbatana peitoral da fêmea.” A gestação dura cinco meses e as fêmeas dão à luz entre uma a cinco crias, cada uma com cerca de 60 centímetros.

As alterações climáticas, que ameaçam os corais, são outro problema para o futuro desta espécie dependente de recifes, “uma vez que os os corais sustêm a comunidade biológica dos recifes tropicais onde estes tubarões vivem e se alimentam.”

Segundo o Oceanário, “os aquários têm um papel fundamental na conservação da biodiversidade marinha, através do aumento do conhecimento científico de espécies pouco estudadas no seu habitat natural”. Têm ainda um lugar importante “na educação e sensibilização para a protecção das espécies e habitats marinhos”.

Até ao final de Janeiro, o Oceanário de Lisboa tem em vigor a campanha “Manhãs para toda a família”, que permite o acesso de dois adultos e de todas as crianças e jovens do agregado (até aos 18 anos), por 35 euros, a todas as exposições do aquário.


Saiba mais.

Recorde estes cinco factos sobre os mais de 70 tubarões que vivem hoje no Oceanário.


Já que está aqui…

Apoie o projecto de jornalismo de natureza da Wilder com o calendário para 2021 dedicado às aves selvagens dos nossos jardins.

Com a ajuda das ilustrações de Marco Nunes Correia, poderá identificar as aves mais comuns nos jardins portugueses. O calendário Wilder de 2021 tem assinalados os dias mais importantes para a natureza e biodiversidade, em Portugal e no mundo. É impresso na vila da Benedita, no centro do país, em papel reciclado.

Marco Nunes Correia é ilustrador científico, especializado no desenho de aves. Tem em mãos dois guias de aves selvagens e é professor de desenho e ilustração.

O calendário pode ser encomendado aqui.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.