Borrelho-de-coleira-interrompida. Foto: Mike Charitakis/Wiki Commons
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Celebre o Global Big Day e parta à descoberta destas cinco aves em Portugal

O Global Big Day acontece já a 5 de Maio e quer encorajar todos os apaixonados por aves selvagens a participar numa grande contagem mundial. Este ano, o tema são as aves limícolas. Aqui está uma selecção das nossas espécies favoritas para o entusiasmar.

 

No dia 5 de Maio celebra-se o Global Big Day, um dia dedicado à observação de aves organizado pelo portal eBird. O desafio é, onde quer que esteja, ir observar aves e registá-las no eBird. Esta iniciativa reúne milhares de pessoas em pelo menos 160 países. No ano passado foram contadas 6.635 espécies de aves.

Em 2018 o tema são as aves limícolas, aves “emblemáticas unem países e continentes como poucos mais animais o fazem”, segundo o eBird.

Para participar é só submeter os seus registos no eBird, preferencialmente até dia 8 de Maio. Use o site ou a mobile app, como preferir. Veja como partipar.

 

Aqui está uma selecção das nossas aves limícolas favoritas:

 

Alfaiate (Recurvirostra avosetta):

Alfaiate. Foto: Andreas Trepte/Wiki Commons

 

Nidifica em salinas no litoral algarvio, especialmente em Maio. Na altura do Verão começam a chegar a Portugal os alfaiates migradores, o que aumenta bastante a sua população no nosso país, segundo o livro “Aves de Portugal – Ornitologia do território continental“.

Sítios onde pode ver alfaiates: grandes estuários e lagoas costeiras, como o rio Tejo, litoral algarvio, quando se alimentam de camarões, caranguejos-verdes ou pequenos peixes como os cabozes.

 

Borrelho-de-coleira-interrompida (Charadrius alexandrinus):

Borrelho-de-coleira-interrompida. Foto: Mike Charitakis/Wiki Commons

 

Nidifica sobretudo em praias arenosas amplas e com dunas. As primeiras posturas surgem a partir de Março a Abril, normalmente com três ovos.

Sítios onde pode ver estes borrelhos: ao longo de todo o litoral, principalmente nos estuários do Tejo, Sado e Mondego, na Ria de Aveiro e no estuário do Alvor, Portimão.

 

Narceja-comum (Gallinago gallinago):

Narceja-comum. Foto: Davidvraju/Wiki Commons

 

Nidifica no noroeste transmontano e Açores, a partir de Maio. Durante o Inverno pode ver estas aves em todo o país; nesta época, Abril e Maio, as narcejas migradoras já estão a começar a fazer a viagem de volta ao Norte e Centro da Europa.

Sítios onde pode ver narcejas: nas várzeas dos rios Mondego, Tejo e Sado.

 

Alcaravão (Burhinus oedicnemus):

Alcaravão. Foto: Artemy Voikhansky/Wiki Common

 

Nidifica, especialmente entre Abril e Maio, no Norte e Centro e a Sul do Tejo. Pode procurá-lo em zonas de dunas, pousios, terrenos incultos. Ouça as suas vocalizações, ao crepúsculo, especialmente entre Abril e Julho.

Sítios onde pode ver alcaravões: estepes cerealíferas de Castro Verde e dunas e salinas do sotavento algarvio. Atenção que esta é a uma ave muito discreta e essencialmente nocturna.

 

Perdiz-do-mar (Glareola pratincola): 

Perdiz-do-mar. Foto: Ferran Pestaña/Wiki Commons

 

Nidifica, especialmente entre Abril e Maio, a Sul do Tejo, nas estepes cerealíferas do Alentejo e nas zonas húmidas do Tejo e sotavento algarvio.

Sítios onde pode ver perdizes-do-mar: Estuário do Tejo, Ria Formosa, sapais de Castro Marim, quando se alimenta em caniçais, arrozais, lagoas e pauis.

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.

E se quiser levar consigo um caderno de campo, aqui fica o que precisa saber para desenhar aves.

 

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.