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O melhor da Primavera: o esplendor dos ranúnculos e lírios amarelos

Os fenómenos essenciais da vida selvagem para apreciar este mês. Descubra o esplendor dos ranúnculos e lírios amarelos nos charcos de Norte a Sul do país. Uma escolha do projecto Charcos com Vida.

 

A Primavera é a estação do ano em que as plantas dos charcos atingem o seu apogeu, enchendo-os de cor e beleza.

O ranúnculo-aquático (Género Ranunculus) é um excelente exemplo. Esta planta permanece de baixo de água do charco durante todo o Inverno, mas na Primavera folhas e flores emergem à superfície, decorando o charco com tons de verde e amarelo ou branco (dependendo da espécie).

 

Foto: Jael Palhas

 

Também o lírio-amarelo-dos-pântanos (Iris pseudacorus) floresce, decorando os charcos com um amarelo vivo. Esta planta é capaz de acumular metais pesados, sendo muito usada para melhorar a qualidade de águas poluídas.

 

Lírio-amarelo-dos-pântanos. Foto: Ana Ferreira

 

Dica: Consulte o Inventário de Charcos para escolher qual o charco a visitar para ver estas plantas. Ou pode aproveitar as sugestões da equipa do Charcos com Vida:

 

Norte:

Parque da Cidade do Porto (Porto, Porto) – Este parque, apesar de estar próximo da cidade, tem pequenos charcos que albergam uma biodiversidade incrível! Vale a pena visitar!

Reserva Ornitológica do Mindelo (Vila do Conde) – Para os amantes de uma natureza em estado “mais selvagem”.

Parque Arqueológico do Vale do Terva (Boticas, Chaves) – Os romanos escavaram nesta paisagem minas a céu aberto, deixando uma paisagem cheia de depressões, muitas delas com charcos e lagoas que abrigam hoje grande biodiversidade e algumas espécies raras.

 

Centro:

Parque da Cidade da Mealhada (Mealhada, Coimbra) – Aqui existem várias pequenas massas de água e, entre elas um charco temporário com uma interessante comunidade de anfíbios;

Escola da Água, (Condeixa, Coimbra) – Pequeno charco no jardim que serve de porta de entrada para a Serra de Sicó que se estende até Alvaiázere e que possui muitas dolinas (depressões naturais calcárias), com bonitos charcos e lagoas típicas de ambientes calcários;

Pinhal das Freiras (Verdizela, Seixal) ou Mata da Machada (Barreiro) – Local com charcos temporários típicos de zonas arenosas, com comunidades florísticas e faunísticas muito interessantes.

Sul:

Alto da Fóia (Monchique, Faro) – No Ponto mais alto da Serra de Monchique, mesmo junto ao estacionamento existe um pequeno charco, onde é possível apreciar a beleza de muitas espécies típicas dos charcos;

Universidade do Algarve Campus de Gambelas (Faro, Faro) – No Campo de Gambelas existe um bonito exemplar de um charco temporário mediterrânico, com muitas das espécies mais características deste tipo de charcos;

Sapal de Castro Marim (Castro Marim, Faro) – Dentro da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim existem vários pequenos charcos e um deles, perto do centro de interpretação do território, possui até um painel informativo.

A não esquecer: não prejudique o charco nem a sua biodiversidade durante a sua visita.

 

[divider type=”thick”]O melhor da Primavera:

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Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.