Loulé: cerca de 40 mil árvores nativas plantadas em 2023

Sobreiros, azinheiras, medronheiros e alfarrobeiras estão entre as espécies de árvores plantadas em localidades como Alte ou Ameixial no concelho de Loulé ao longo de 2023. O objectivo é combater as alterações climáticas a nível local.

Mais de 25.100 árvores foram plantadas na freguesia do Ameixial, numa área de 147 hectares, informou hoje o município de Loulé em comunicado enviado à Wilder. A área foi reflorestada com sobreiros, azinheiras e medronheiros e os terrenos de pomar misto de sequeiro foram reforçados com alfarrobeiras e figueiras, no âmbito da ação “Combate à desertificação – Ameixial”, financiado pelo REACT-EU do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (COMPETE 2020).

Foto: Município de Loulé

A campanha “Uma Árvore dá vida” permitiu distribuir 11.442 espécimes pelos requerentes, como diversas entidades do concelho e munícipes. Os cidadãos e organismos que se inscreveram para participar neste programa de cidadania ambiental receberam, entre outras espécies, alfarrobeiras, oliveiras, carvalhos, sobreiros ou medronheiros, para plantar nos seus terrenos, jardins ou quintais.

Na celebração de efemérides ambientais (Dia Internacional das Florestas ou Dia da Floresta Autóctone) e outros dias temáticos, o município ofereceu à população 2.500 árvores para que a própria comunidade ajudasse a tornar o concelho de Loulé mais verde. 

Foto: Município de Loulé

Além disso, 170 árvores foram plantadas em Alte, numa iniciativa do eurodeputado Francisco Guerreiro que assim quis compensar a pegada ecológica dos voos que realiza entre Portugal e as instituições europeias.

Cerca de 500 árvores foram plantadas em algumas ruas e avenidas das localidades do concelho, “levando um pouco de verde aos espaços públicos fora das zonas rurais”, escreve a autarquia em comunicado.

O objectivo da autarquia foi “apostar na arborização para promover a descarbonização do território e contribuir para a sustentabilidade do planeta”.

As espécies plantadas foram, sobretudo, espécies autóctones, uma vez que estão “melhor adaptadas às condições climatéricas e, como tal, sem tanta necessidade de água”.

Foto: Município de Loulé

Segundo a autarquia, estas acções “significaram um resgate de carbono na ordem das 300 toneladas de CO2 num ano e de nutrientes no solo, constituíram um importante contributo para combater a desertificação do território e, ao mesmo tempo, promover a sua resiliência face ao risco”.

A reflorestação é uma das medidas incluídas no Plano Municipal de Ação Climática de Loulé, de 2021, o primeiro do país a ser aprovado. Este documento define 72 ações prioritárias a desenvolver ao longo da próxima década.

Actualmente, a floresta ocupa 39% da área total do concelho de Loulé, abrangendo 29.890 hectares. O montado de sobro é o povoamento florestal predominante, com uma área de cerca de 19.668 ha, em especial nas freguesias de Salir (9.532 ha), Alte (4.355 ha) e Ameixial (3.333 ha).

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.